Exército israelita disse que ia facilitar a passagem de ajuda humanitária

O exército israelita anunciou que ia facilitar a passagem de ajuda humanitária para o território palestiniano, e a ONU, por seu turno, afirmou hoje que pretende chegar ao maior número possível de pessoas.

Distribuição de ajuda de fundação norte-americana em Gaza

© AFP via Getty Images

Lusa
27/07/2025 17:41 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Gaza

O primeiro-ministro de Israel instou a ONU a deixar de culpar o Governo pela situação humanitária em Gaza, depois do anúncio do exército.

 

"Há corredores seguros. Sempre existiram, mas hoje é oficial. Não haverá mais desculpas", disse Benjamin Netanyahu durante uma visita a uma base aérea.

A ONU saudou o anúncio e afirmou que pretende chegar ao maior número possível de pessoas na Faixa de Gaza,

O Programa Alimentar Mundial (PAM) afirmou ter alimentos suficientes, já disponíveis ou a caminho da região, para os 2,1 milhões de pessoas na Faixa de Gaza durante quase três meses.

O responsável humanitário da ONU, Tom Fletcher, saudou o anúncio destas "pausas humanitárias".

"Estamos em contacto com as nossas equipas em terra, que farão todo o possível para chegar ao maior número possível de pessoas famintas", escreveu na rede social X.

O PAM indicou que os intervalos e corredores devem permitir a distribuição segura de alimentos de emergência.

"A ajuda alimentar é a única forma real de a maioria das pessoas em Gaza se alimentar", afirmou, em comunicado, acrescentando que um terço da população não come há vários dias e que 470 mil pessoas em Gaza estão a "experimentar condições semelhantes à fome" que podem levar à morte.

De acordo com o PAM, são necessárias 62.000 toneladas de alimentos mensalmente para satisfazer as necessidades de toda a população de Gaza.

A agência da ONU afirmou ainda que, além da pausa anunciada, Israel comprometeu-se a permitir a entrada de mais camiões em Gaza com procedimentos de desalfandegamento mais rápidos e garantiu que não haverá mais "força armada ou tiroteios perto de comboios".

"Juntos, esperamos que estas medidas permitam um aumento da ajuda alimentar de emergência para chegar às pessoas famintas sem mais atrasos", afirmou o PAM.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que Israel, enquanto potência ocupante de Gaza, tem a obrigação de garantir o fornecimento de alimentos suficientes à população.

"As crianças estão a morrer de fome diante dos nossos olhos. Gaza é uma paisagem distópica marcada por ataques mortais e destruição total", afirmou em comunicado.

O responsável criticou a Fundação Humanitária de Gaza (FGH), uma organização privada apoiada pelos Estados Unidos e por Israel, que começou a distribuir mantimentos alimentares no final de maio passado, quando os esforços organizados pela ONU foram bloqueados.

De acordo com Turk, os "locais de distribuição caóticos e militarizados" da FGH "falham completamente em prestar ajuda humanitária à escala e às proporções necessárias".

Segundo o gabinete do responsável, as forças israelitas mataram mais de mil palestinianos que tentavam recuperar alimentos desde que o GHF iniciou as suas operações, quase três quartos deles perto das suas instalações.

"A fome do povo de Gaza deve acabar agora", insistiu o alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, na rede social X, garantindo estar "ao lado dos colegas da ONU e das organizações não-governamentais (ONG), pronto para prestar assistência vital, desesperadamente necessária a centenas de milhares de pessoas em risco de morte".

Na sexta-feira, o Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), dirigido por Fletcher, alertou que as condições em Gaza "já eram catastróficas e estavam a deteriorar-se rapidamente".

O OCHA anunciou que as equipas da ONU estavam a postos para aumentar as entregas em território palestiniano "assim que fossem autorizadas".

"Se Israel abrir a fronteira, permitir a entrada de combustível e equipamento e permitir que as equipas humanitárias operem em segurança, a ONU vai acelerar a entrega de ajuda alimentar, serviços de saúde, água potável (...) e materiais de abrigo", garantiu.

Leia Também: Três soldados das IDF detidos após recusarem combater em Gaza. "Crise"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas