Em comunicado, as IDF afirmaram ter atacado "infraestruturas terroristas do Hezbollah no sul do Líbano", tendo sido atingidas "instalações de armazenamento de armas do Hezbollah, um lançador de mísseis" e locais de "armazenamento de ferramentas de engenharia que permitiram o restabelecimento da infraestrutura terrorista na área".
"A organização terrorista Hezbollah continua a tentar restabelecer as infraestruturas terroristas em todo o Líbano, utilizando a população libanesa como escudo humano. A presença de armas e a actividade do Hezbollah na zona constituem uma violação dos acordos entre Israel e o Líbano", adiantam as IDF.
A Agência Nacional de Notícias (ANN) libanesa adiantou que os ataques atingiram uma área entre as cidades de Yahmar al-Shaqif e Aadchit al-Qusayr, e que ações "violentas" também foram registadas nos arredores das cidades de Deir Siryan e Qantara.
Em Deir Siryan, um bombardeamento feriu pelo menos duas pessoas, de acordo com um comunicado do Ministério da Saúde Pública libanês, que frisou que o número de vítimas é ainda "preliminar".
Nesta cidade, segundo a ANN, foi atingida várias vezes uma garagem para veículos e escavadoras localizada próximo de habitações, e os ataques contínuos de 'drones' impediram os serviços de emergência de chegar a outro local alvo em Deir Yassin.
Na terça-feira, pelo menos uma pessoa morreu quando um 'drone' israelita atacou um carro no Vale do Bekaa, no leste do Líbano, informou o Ministério da Saúde Pública libanês.
Na quinta-feira passada, uma onda de bombardeamentos atingiu várias zonas naquela região oriental e também na zona mais a sul de Jezzine, a 40 km ao sul de Beirute, matando quatro pessoas, segundo dados oficiais.
Apesar do cessar-fogo acordado entre os dois países, em 27 de novembro de 2024, Israel continuou a atacar o Líbano com bombardeamentos que alega serem dirigidos contra membros do grupo xiita Hezbollah ou infraestruturas pertencentes ao movimento.
O ataque de hoje ocorreu numa altura em que o governo libanês discute o desarmamento do Hezbollah, algo que o movimento xiita condiciona a um fim prévio dos bombardeamentos israelitas e à retirada das tropas de Israel do território libanês.
Nos termos do acordo de trégua, o Hezbollah deveria retirar os seus combatentes para o norte do rio Litani, a cerca de 30 quilómetros da fronteira israelita, onde apenas o exército libanês e as forças de manutenção da paz das Nações Unidas devem ser destacados.
Israel, que deveria ter retirado completamente as suas tropas, mantém-nas em cinco posições fronteiriças que considera estratégicas.
Telavive acusou as autoridades libanesas de não fazerem o suficiente para desarmar o grupo xiita.
Após a guerra do ano passado, o Estado libanês procura limitar a posse de armas exclusivamente às forças de segurança oficiais, mas até agora tem favorecido a rendição voluntária do Hezbollah para evitar a eclosão de potenciais conflitos internos.
Juntamente com o Hamas em Gaza, os Huthis no Iémen e outros movimentos armados de menor dimensão no Médio Oriente, o Hezbollah faz parte do chamado "eixo da resistência", que agrupa aliados iranianos que concertam ações contra Israel.
A campanha militar de Israel contra o Hezbollah em 2024 saldou-se pela eliminação de alguns dos seus principais líderes, centenas de combatentes e equipamento militar, incluindo 'rockets' e mísseis usados em ataques contra território israelita.
O Hezbollah começou a lançar projéteis contra Israel no dia seguinte aos ataques do seu aliado palestiniano Hamas em território israelita, em 07 de outubro de 2023, que provocaram a guerra em curso na Faixa de Gaza.
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