Washington admite redução tarifária se conseguir reequilibrar défices

As tarifas "recíprocas" impostas pelos Estados Unidos às importações de outros países podem ser reduzidas se melhorarem os desequilíbrios comerciais considerados por Washington, afirmou o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em entrevista ao jornal japonês Nikkei.

Scott Bessent

© Michael Nagle/Bloomberg via Getty Images

Lusa
11/08/2025 06:39 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Tarifas

"Com o tempo, as tarifas devem ser como um cubo de gelo a derreter", disse Bessent em entrevista concedida na última quinta-feira e publicada hoje na edição em inglês do jornal financeiro japonês.

 

Bessent, que liderou as negociações comerciais com países como o Japão e a China, concedeu a entrevista no mesmo dia em que a Administração Trump começou a aplicar novas taxas no âmbito do que designa como tarifas recíprocas, que, no caso do Japão, foram fixadas em 15 % para todas as suas importações.

O secretário do Tesouro explicou que o principal objetivo das tarifas impostas por Washington é "reequilibrar" o défice da balança corrente, que em 2024 ascendeu a 1,18 biliões de dólares (1,01 biliões de euros), de longe o maior entre as principais economias.

Bessent alertou que um défice dessa magnitude poderia levar a uma crise financeira, acrescentando que um "regresso da produção" aos Estados Unidos resultaria em menos importações e num "reequilíbrio" da balança comercial.

Quanto às negociações com países com os quais Washington ainda não chegou a um acordo comercial, o governante apontou o "final de outubro" como data para "concluir" a maioria delas.

Bessent referiu-se especificamente à China e classificou as negociações com Pequim como "difíceis", uma vez que o gigante asiático "é uma economia não de mercado, e as economias não de mercado têm objetivos diferentes».

O secretário do Tesouro também destacou a sobreprodução chinesa e as exportações de grandes volumes de produtos a preços extremamente baixos: "acreditamos que grande parte da produção está abaixo do custo. É um programa de emprego. Eles têm objetivos de emprego e produção, mais do que de rentabilidade", afirmou.

Sobre o Japão, país que, além da tarifa mencionada, se comprometeu a estabelecer um pacote de investimentos e empréstimos de 550 mil milhões de dólares (471,4 milhões de euros), Bessent afirmou que foi alcançado um acordo para uma "parceria industrial de ouro", graças à "muito boa oferta apresentada pelo governo japonês", e mostrou-se confiante de que isso permitirá alcançar o "equilíbrio" que Washington procura.

De acordo com o Departamento do Tesouro, esta foi a primeira vez que Bessent aceitou uma entrevista exclusiva com meios de comunicação que não sejam canais de televisão americanos.

Com as novas tarifas em vigor aplicadas pela administração Trump, a taxa média aplicada pelos Estados Unidos sobe para 18,6%, segundo estimativas da Universidade de Yale, o nível mais alto desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Leia Também: Grande Depressão nos EUA se "esquerda radical" suspender tarifas

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