O porta-voz da guarda costeira filipina, Jay Tarriela, afirmou na rede social X que um navio da guarda costeira chinesa "efetuou uma manobra arriscada" enquanto perseguia "a alta velocidade" o barco de patrulha filipino BRP Suluan, provocando um embate.
Tarriela partilhou um vídeo do momento do incidente, afirmando que o impacto causou danos significativos na embarcação chinesa, deixando-a "inutilizável".
As autoridades filipinas explicaram que se encontravam na zona para apoiar cerca de 35 barcos de pesca, quando enfrentaram "manobras perigosas e ações de bloqueio", bem como o uso de canhões de água por parte de embarcações chinesas.
"Os chineses distorcem sempre os factos e culpam os outros em vez de si próprios", disse Tarriela em conferência de imprensa, justificando a divulgação das imagens.
O Departamento de Defesa Nacional das Filipinas expressou, em comunicado, solidariedade para com a guarda costeira "perante o comportamento atroz e insensato da China".
O incidente ocorreu no recife Scarborough, um ponto constante de tensão entre China e Filipinas desde que Pequim assumiu o seu controlo efetivo em 2012.
Manila e Pequim disputam a soberania de territórios no mar do Sul da China, uma região estratégica por onde transita cerca de 30% do comércio mundial, que alberga 12% dos recursos pesqueiros globais e potenciais reservas de petróleo e gás.
As tensões na zona agravaram-se desde a chegada ao poder, em 2022, do Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., cujo Governo reforçou a aliança com os Estados Unidos e adotou uma postura mais firme na defesa do território face às reivindicações chinesas.
A estas disputas somou-se o desagrado de Pequim com a aproximação de Manila a Taiwan após o líder filipino ter admitido a possibilidade de contactos oficiais com Taipé e ter afirmado, na semana passada, que o arquipélago poderia envolver-se numa eventual invasão chinesa.
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