"Precisamos de pressionar a Rússia para obter uma paz justa", afirmou Zelensky numa mensagem nas redes sociais, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
"Devemos usar a experiência da Ucrânia e dos nossos parceiros para evitar qualquer engano por parte da Rússia", disse Zelensky, que vai estar hoje em Berlim para encontros com líderes europeus e uma videoconferência com Trump.
As reuniões ocorrem a dois dias do encontro de Trump com o homólogo russo, Vladimir Putin, na sexta-feira, no Alasca (Estados Unidos), sobre a guerra na Ucrânia.
Zelensky disse ainda que "não há sinais de que os russos estejam a preparar-se para acabar com a guerra", que iniciaram em fevereiro de 2022 com a invasão da Ucrânia.
As reuniões em Berlim ocorrem numa altura em que a Rússia avançou rapidamente no leste da Ucrânia, ameaçando cidades estratégicas como Pokrovsk e Dobropillia.
A situação na linha da frente "não influenciou" os preparativos para os encontros, disse à AFP um membro da delegação ucraniana.
"Não é a primeira vez que eles [os russos] utilizam esta tática de infiltração, mas o principal [objetivo] é matá-los", disse a fonte sob a condição de não ser identificada, assegurando que Kiev enviou forças adicionais para a zona.
A Ucrânia teme que o encontro Trump-Putin, atualmente previsto sem a participação de Zelensky, possa resultar num acordo que a obrigue a ceder partes do território à Rússia.
Em Berlim, Zelensky vai reunir-se com o chanceler alemão, Friedrich Merz, com quem participará numa conferência de imprensa à tarde, segundo anunciou o porta-voz do líder ucraniano, Sergey Nikiforov, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
A reunião bilateral será seguida de videoconferências em vários formatos com os chefes de Estado e de governo do Reino Unido, França, Finlândia, Polónia e Itália.
Participarão também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
Estão também previstas conversações com Trump e o vice-presidente norte-americano, JD Vance, embora não seja claro se Zelensky estará presente nesta reunião virtual, segundo a EFE.
Após a conferência de imprensa, Merz e Zelensky vão discutir os resultados das conversações com os líderes da chamada Coligação de Voluntários, liderada pela França e pelo Reino Unido, de acordo com a agência de notícias ucraniana Ukrinform.
Merz interrompeu as férias para convocar a ronda de contactos, numa tentativa de influenciar Trump a ter mais em conta a perspetiva ucraniana e europeia antes da reunião com Putin.
O chefe do Governo alemão pretende também que Trump considere o aumento da pressão sobre a Rússia se Putin não concordar com um cessar-fogo na Ucrânia.
A porta-voz da Oresidência norte-americana, Karoline Leavitt, desvalorizou na terça-feira as expectativas de que a cimeira do Alasca sirva para concluir um acordo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia.
"Este é um exercício para ouvir para o Presidente [Trump]. Apenas uma das partes envolvidas [Putin] estará presente, por isso servirá para obter uma melhor compreensão de como podemos acabar com esta guerra", disse Leavitt numa conferência de imprensa.
O encontro de Trump com Putin será o primeiro desde que o líder republicano regressou ao poder, em janeiro, dado que até agora apenas tinham falado ao telefone.
[Notícia atualizada às 10h38]
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