O vice-presidente do Estados Unidos, JD Vance, afirmou que o multimilionário Elon Musk cometeu um "erro" ao entrar em conflito com o presidente norte-americano, Donald Trump, mas admitiu esperar que este possa voltar à Casa Branca no futuro.
Estas declarações, citadas pelo New York Post, foram feitas ao The Gateway Pundit, com Vance a partilhar a a esperança de que o dono da Tesla possa voltar nas eleições intercalares de 2026, tendo em conta que foi muito importante na candidatura presidencial de Trump em 2024.
"Não sei se ele atenderia a minha chamada neste momento", começou por dizer Vance, destacando a "relação complicada" de Musk com a Casa Branca.
"Estou a brincar. Tenho a certeza de que ele atenderia a minha chamada, mas, sinceramente, com todo o drama em torno dele e da Casa Branca nos últimos meses... espero que as coisas acalmem um pouco", acrescentou.
Para JD Vance, se alguém é "patriota", não tenta "apunhalar o presidente pelas costas". Desta forma, admite que Elon Musk está numa situação difícil e que "é um erro tentar quebrar ligações com o presidente".
"A minha esperança é que, até às eleições intercalares, as coisas voltem ao normal", confessou.
O magnata sul-africano, que é também dono da rede X e da empresa aeroespacial Space X, era presença assídua na Sala Oval após a eleição do republicano Donald Trump e liderou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), que tinha como objetivo reduzir drasticamente a despesa federal.
O empresário deixou o DOGE em maio para reassumir o controlo das suas empresas, nomeadamente a Tesla, cuja imagem e vendas sofreram em todo o mundo devido a esta colaboração com Trump e ao seu apoio público a grupos de extrema-direita europeus.
Mais tarde, teve uma discussão dura e pública com o líder republicano devido ao projeto de lei orçamental.
Na sequência da aprovação do projeto, que acusa de aumentar a dívida pública, Musk lançou uma sondagem sobre a criação de uma nova formação política na sua rede social e confirmou-se: foi anunciada a criação do Partido América. Um dia depois, Trump previu o fracasso do seu antigo aliado.
Natural da África do Sul, Elon Musk está impedido de concorrer em futuras eleições presidenciais, uma vez que os candidatos têm de ter nascido nos Estados Unidos.
No entanto, Musk, que gastou 270 milhões de dólares (229,2 milhões de euros) na campanha de Trump para as presidenciais de 2024, poderá causar impacto nas eleições intercalares de 2026 e interferir com o controlo do Congresso, se estiver disposto a gastar verbas significativas.
O Partido América tenta ser uma terceira opção ao sistema bipartidário nos Estados Unidos, dominado há longa data por democratas e republicanos, e já despertou o interesse de outros destacados empresários como Mark Cuban, o financeiro Anthony Scaramucci e o investidor tecnológico Tyler Palmer.
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