Exército israelita aprova plano militar para Gaza

O chefe do exército israelita aprovou o novo plano de operações militares "a realizar em Gaza", anunciou hoje o exército, após o responsável ter manifestado inicialmente reservas quanto às intenções do Governo de Benjamin Netanyahu.

Eyal Zamir

© MENAHEM KAHANA/AFP via Getty Images

Lusa
13/08/2025 10:46 ‧ ontem por Lusa

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Médio Oriente

 

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"O chefe do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, realizou hoje uma reunião durante a qual aprovou o quadro principal do plano operacional do exército na Faixa de Gaza", segundo um comunicado do exército israelita.

O gabinete de segurança israelita, órgão responsável pela gestão da ofensiva em Gaza, aprovou na sexta-feira passada um plano para tomar o controlo da cidade de Gaza, onde se estima que vivam entre 800.000 e um milhão de palestinianos.

A nova fase das operações militares em Gaza tem como objetivos, segundo o Governo de Benjamin Netanyahu, libertar todos os reféns israelitas e derrotar o movimento islamita palestiniano Hamas.

O chefe do Estado-Maior manifestou inicialmente reticências a este plano, receando que pudesse ameaçar a segurança dos cerca de 50 reféns ainda detidos em Gaza, dos quais cerca de 20 se acredita ainda estarem vivos.

O exército pretende assumir o controlo da cidade de Gaza e dos campos de refugiados vizinhos, uma das zonas mais densamente povoadas do território palestiniano sitiado e devastado por mais de 22 meses de guerra.

Zamir chegou a entrar em conflito com o ministro da Defesa, Israel Katz, mas as Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram que, após conversar com a cúpula militar e representantes de outras agências, o responsável endossou "a ideia central".

Durante a reunião de hoje, "foram apresentadas as ações realizadas pelo exército até agora, incluindo o ataque na zona de Zeitoun, que começou terça-feira", acrescenta o comunicado.

O bairro de Zeitoun, na cidade de Gaza, foi alvo de numerosos bombardeamentos aéreos nos últimos três dias, de acordo com testemunhos dos habitantes, que também relataram bombardeamentos no bairro vizinho de Tel al-Hawa.

Na mesma reunião, Zamir também "sublinhou a importância de melhorar a disposição das forças e a preparação para convocar reservistas", ao mesmo tempo que se "dá um descanso [aos militares] para futuras operações".

O plano do Governo de Benjamin Netanyahu tem merecido uma vaga de críticas da oposição, dos familiares dos reféns e dos próprios membros de extrema-direita da coligação governamental - que o consideram "uma cedência aos fracos" -, da ONU e da maioria dos países da região e do mundo ocidental, incluindo tradicionais aliados de Telavive.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou no domingo que Israel controlava militarmente "70 a 75%" da Faixa de Gaza e que ainda faltava tomar a cidade de Gaza, bem como setores do centro do território palestino.

O plano "não visa ocupar Gaza, mas sim desmilitarizá-la", disse, enumerando os objetivos de Israel: "Primeiro, desarmar o Hamas. Segundo, libertar todos os reféns. Terceiro, desmilitarizar Gaza. Quarto, Israel exerce um controlo de segurança preponderante. E quinto, uma administração civil pacífica não israelita".

Eyal Zamir mantém outro impasse com o ministro da Defesa por causa da nomeação de comandantes militares.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir (extrema-direita), pediu hoje, numa publicação na rede social X, a demissão de Zamir se este não desistir de incorporar oficiais ligados a "um grupo conspirativo".

O ataque do Hamas que desencadeou a guerra em 07 de outubro de 2023 causou a morte de 1.219 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

As represálias israelitas em Gaza causaram 61.599 mortes, na sua maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

[Notícia atualizada às 11h31]

Leia Também: Israel permitirá saída de habitantes da Faixa de Gaza. Cessar-fogo? Não

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