O governo da Lituânia anunciou, na terça-feira, que está a planear abrir nove centros de formação de drones nos próximos três anos. O objetivo é ensinar milhares de pessoas, incluindo crianças em idade escolar, sobre o seu uso e construção.
Em comunicado, os ministérios da Defesa e da Educação da Lituânia defenderam que o projeto visa reforçar as competências da população e "expandir o treino de resistência civil".
O programa, segundo explica o The Guardian, será adaptado a diferentes faixas etárias, com alunos do terceiro e quarto anos, entre os oito e os 10 anos, a aprender a construir e a pilotar drones simples. Já os alunos do ensino secundário irão projetar e fabricar peças para drones e aprender a construir e pilotar drones avançados.
"Prevemos que 15.500 adultos e 7.000 crianças adquiram competências de controlo de drones até 2028. Em setembro, abriremos centros de controlo de drones em Jonava, Tauragė e Kėdainiai, e abriremos mais seis centros de formação de drones noutras regiões da Lituânia até 2028", disse a ministra da Defesa da Lituânia, Dovile Sakaliene, citado pela agência de notícias The Associated Press (AP).
No total, o governo da Lituânia prevê um investimento superior a 3,3 milhões de euros.
A Lituânia, sublinhe-se, é um país membro da aliança transatlântica NATO com cerca de 2,8 milhões de habitantes e faz fronteira com o enclave russo de Kaliningrado e com a Bielorrússia, aliada de Moscovo. Ciente de possíveis ameaças à sua segurança, o país tem tomado várias medidas - sobretudo desde o início da invasão russa da Ucrânia.
Recentemente, em maio, o governo da Lituânia anunciou que iria gastar 1,1 mil milhões de euros para reforçar a proteção da fronteira com a Rússia e a Bielorrússia, incluindo com minas antitanque.
A Lituânia, a Letónia e a Estónia - países que fazem fronteira com a Rússia - temem tornar-se os próximos alvos do regime do presidente russo, Vladimir Putin, se este vencer a guerra contra a Ucrânia.
De acordo com o Ministério da Defesa lituano, o esforço financeiro agora anunciado, que será distribuído ao longo de 10 anos, vai permitir ao país "bloquear e abrandar as ações de Estados hostis".
Em janeiro, a Lituânia já tinha anunciado a intenção de gastar anualmente cerca de 5% do produto interno bruto (PIB) em despesas militares entre 2026 e 2030.
O Ministério da Defesa explicou estar em curso "um trabalho intensivo" para determinar como "garantir a integridade da linha de defesa do Báltico", acrescentando que 800 milhões de euros do orçamento total de 1,1 mil milhões de euros vão ser destinados a minas antitanque.
Os países bálticos, bem como a Finlândia e a Polónia, decidiram também este ano abandonar a Convenção de Otava, que proíbe a aquisição, produção, armazenamento e utilização de minas antipessoal.
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