"Durante os três anos e alguns meses que este conflito durou, nunca estivemos perto de uma verdadeira solução para chegar a um cessar-fogo. E agora temos essa oportunidade, graças ao trabalho do Presidente" norte-americano, afirmou Starmer, numa videochamada com os aliados europeus do Reino Unido.
A reunião com Trump foi a mais importante das três videoconferências agendadas para hoje pelos países aliados de Kiev, e que o próprio chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, acompanhou a partir de Berlim, para onde viajou para enviar uma mensagem clara de unidade, antes da histórica cimeira entre os Presidentes norte-americano e russo na sexta-feira, 15 de agosto, numa base militar em Anchorage, Alasca, sem a presença de europeus ou ucranianos.
Por sua vez, o primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, considerou hoje "vital manter a pressão" sobre a Rússia durante as negociações para uma "paz justa e duradoura" com Kiev e advertiu, em consonância com os parceiros europeus, que não se deve tomar "nenhuma decisão sobre a Ucrânia sem a Ucrânia".
Numa breve nota nas redes sociais após uma conversa telefónica com o homólogo britânico, Schoof indicou que ambos concordaram com "as principais condições prévias para um cessar-fogo".
A possibilidade de uma trégua entre a Ucrânia e a Rússia será o tema principal da reunião entre Trump e Putin no Alasca.
"A Ucrânia deve poder tomar decisões sobre o seu próprio futuro e deve ter um lugar à mesa das negociações o mais rapidamente possível" sustentou o chefe do Governo neerlandês.
Schoof falou na terça-feira com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem garantiu que o Governo neerlandês continuará a apoiar a Ucrânia "no caminho para uma paz duradoura e justa, e depois dela" e explicou que "a luta diária" da Ucrânia contra a agressão russa também tem que ver com "a liberdade e a segurança da Europa e, portanto, dos Países Baixos".
Também o Presidente da Finlândia, Alexander Stubb, se pronunciou sobre as reuniões virtuais hoje mantidas entre vários líderes europeus e, em separado, os Presidentes norte-americano e ucraniano, classificando-as como "excelentes" e destacando que existe uma unidade entre todos eles em relação à paz na Ucrânia.
"Estamos de acordo e unidos. Trabalhamos juntos por um cessar-fogo e uma paz duradoura. Estamos ao lado da Ucrânia em cada passo do caminho", afirmou Stubb, na sua conta da rede social X, após participar nas videoconferências.
Além de Stubb, participaram na reunião virtual com Trump os líderes de França, Itália, Reino Unido e Polónia, bem como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), Mark Rutte.
No final dessa reunião, foi realizada outra videoconferência com os líderes dos países da chamada "liga de voluntários", que são todos os Estados que manifestaram a intenção de apoiar uma paz com garantias de segurança para a Ucrânia.
Putin, sobre quem impende um mandado de captura emitido em 2023 pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra na Ucrânia, desloca-se na sexta-feira ao estado norte-americano do Alasca para uma cimeira com Trump, sendo a primeira vez que o líder russo dialoga com um homólogo norte-americano desde o início da invasão russa do território ucraniano, a 24 de fevereiro de 2022.
Os Estados Unidos não são um país membro do TPI, e Trump sancionou vários funcionários deste tribunal devido a outra das suas investigações - a realizada a Israel por crimes de guerra e contra a humanidade na Palestina -, pelo que não se espera que coopere com o mandado de prisão em vigor contra Putin.
[Notícia atualizada às 18h49]
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