Líder da Mossad no Qatar após relançamento de diálogo sobre Gaza

O chefe dos serviços de informação israelitas Mossad, David Barnea, chegou hoje a Doha, quando são intensificados os esforços dos mediadores para retomar as negociações de uma trégua na Faixa de Gaza, informou fonte qatari à agência espanhola EFE.

mossad

© Eyal Warshavsky/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
14/08/2025 15:41 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A fonte, que pediu o anonimato, afirmou que Barnea chegou à capital qatari, após as negociações para uma trégua acompanhada por um acordo de troca de reféns em posse do grupo islamita Hamas por prisioneiros palestinianos terem sido paralisadas no mês passado.

 

Indicou ainda que esta visita "representa uma reativação" dos canais de comunicação entre a Mossad e Doha, sem fornecer mais detalhes sobre o motivo da visita do representante israelita ou a sua agenda.

Ao mesmo tempo, uma delegação do Hamas continuou hoje as suas reuniões no Cairo com responsáveis dos serviços de informação do Egito, que a par do Qatar e dos Estados Unidos, é um dos mediadores para um acordo na Faixa de Gaza.

A delegação, liderada pelo dirigente do Hamas na Faixa de Gaza Khalil al-Hayya, que se encontra Egito desde terça-feira, "continua as suas reuniões com as autoridades egípcias", informou a estação de televisão al-Qahera News, próxima dos serviços de informação do Cairo.

A emissora noticiou na quarta-feira que o grupo palestiniano manifestou durante as reuniões "o seu desejo de retomar rapidamente as negociações".

Uma fonte de segurança egípcia confirmou hoje à EFE que o Cairo está a "intensificar os seus contactos com todas as partes para ultrapassar os pontos de divergência" entre Israel e o Hamas e chegar a um "acordo abrangente" para o fim da guerra na Faixa de Gaza.

O objetivo é chegar a um acordo que permita a libertação de todos os reféns, dos quais se estima que 20 estejam vivos e 30 mortos, em troca de prisioneiros palestinianos em Israel, o congelamento das atividades do braço militar do Hamas e o envio de uma força árabe e internacional para a Faixa de Gaza até que se chegue a um acordo sobre a futura administração do enclave, explicaram fontes de segurança egípcias.

Segundo estas fontes, os mediadores apresentaram uma nova proposta nos últimos dias, elaborada com a ajuda da Turquia, que inclui estes pontos, bem como "um roteiro para a retirada israelita de Gaza (...) até que se chegue a uma solução para os problemas da administração da Faixa e do desarmamento do Hamas".

Além do chefe da Mossad, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, chegou hoje também a Doha e reuniu-se com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, para discutir "os acontecimentos regionais e internacionais mais importantes, particularmente os da Faixa de Gaza", segundo a agência noticiosa oficial QNA.

Estes movimentos diplomáticos acontecem numa fase em que é intensificada a pressão internacional sobre Israel, que na semana passada aprovou um plano de ocupação da Cidade de Gaza, acompanhado da deslocação de centenas de milhares dos seus habitantes e expansão das operações militares aos campos de refugiados na costa central do enclave.

Perante uma vaga de críticas internas e externas, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, insistiu no domingo que Israel vai triunfar na Faixa de Gaza, "com ou sem os apoios" de outros países.

No dia seguinte, em entrevista ao canal i24 News, o chefe do Governo israelita rejeitou a possibilidade de um cessar-fogo de 60 dias com o Hamas, no âmbito da tentativa de relançamento de negociações entre as partes.

"Penso que já ultrapassámos isso. Tentámos, fizemos todo o tipo de tentativas (...), mas no final de contas estavam apenas a enganar-nos", comentou Netanyahu, referindo-se às rondas anteriores, que não produziram resultados.

Apesar da oposição do líder israelita, a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, está a pressionar para a retoma do diálogo em coordenação com o Egito e Qatar.

A Faixa de Gaza, totalmente dependente de ajuda humanitária, está ameaçada por uma "fome generalizada", segundo a ONU, que pediu a entrada de apoio urgente face a uma "catástrofe inimaginável".

O conflito no enclave foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 61 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

Leia Também: Autoridades iranianas prendem 20 pessoas por colaboração com Mossad

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas