Fundação Humanitária para Gaza denuncia "intimidação constante"

O diretor executivo da Fundação Humanitária para Gaza (GHF, na sigla em inglês) afirmou hoje que os seus responsáveis locais em Gaza sofrem "intimidações constantes" e uma "enorme pressão", e as suas famílias estão a ser ameaçadas pelo Hamas.

Exército israelita junto à Faixa de Gaza

© THOMAS COEX/AFP via Getty Images

Lusa
20/08/2025 20:07 ‧ há 11 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Segundo John Acree, o grupo islâmico, que controla a Faixa de Gaza, entrou em contacto com as suas famílias para avisá-las de que devem renunciar ao seu trabalho ou enfrentar as consequências.

 

Num vídeo, o diretor da controversa fundação afirmou que muitas das pessoas de Gaza que trabalham para a GHF no enclave palestiniano tiveram que transferir as suas famílias várias vezes para "evitar serem atacadas" e lembrou que o governo de Gaza, controlado pelo Hamas, ameaçou com a pena máxima, a morte, qualquer pessoa que colaborasse com eles.

A GHF mantém quatro pontos abertos em Gaza --- embora apenas três deles funcionem na prática --- para distribuir alimentos, de acordo com um novo sistema estabelecido no final de maio por Israel para substituir as centenas de pontos que a ONU tinha, sob o argumento de que o Hamas ficava com a ajuda das Nações Unidas.

Os pontos estão localizados em zonas militarizadas de difícil acesso para a população, que tem de caminhar quilómetros para chegar até eles e enfrentar as tropas israelitas que disparam quando se sentem ameaçadas, o que já causou a morte de centenas de pessoas, segundo o governo de Gaza.

De acordo com Acree, que reconheceu que os pontos atuais "não são suficientes", os seus trabalhadores não falam abertamente porque enfrentam "ameaças de morte, assédio às suas famílias e vandalismo nas suas casas".

"Eu incluído", acrescentou.

Defendendo o sistema "bem-sucedido" da Fundação, que diz trabalhar num "ambiente hostil de desinformação (...) alinhado com o Hamas", Acree acusou o grupo islamista de se apropriar da ajuda no antigo sistema da ONU que, insistiu, era "liderado" por eles.

Não há provas de que o Hamas tenha efetivamente ficado com a ajuda que a ONU distribuía em Gaza e que agora é distribuída nesses pontos geridos pela GHF.

Já são mais de 2.000 as pessoas que morreram na Faixa de Gaza enquanto procuravam ajuda humanitária desde o início da guerra, em outubro de 2022, de acordo com dados publicados hoje pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo governo do grupo islâmico Hamas.

De acordo com a Classificação Integrada das Fases da Segurança Alimentar, utilizada pela ONU, em Gaza já foram atingidos dois dos três limites que definem a fome: o colapso do consumo de alimentos e a desnutrição aguda.

Leia Também: "Se houver dois poderes regionais no Médio Oriente, um deve ser o Irão"

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