Um drone russo, segundo Varsóvia, explodiu durante a noite de terça para quarta-feira num campo de milho perto de Osiny, na região de Lublin, a cerca de 100 quilómetros de Varsóvia e a uma distância semelhante das fronteiras com a Ucrânia e a Bielorrússia.
A explosão do drone, que o Ministério Público polaco disse ter tido origem provável na Bielorrússia, não causou vítimas.
De acordo com os militares polacos, tratava-se de um drone chamariz desarmado, mas que transportava uma ogiva autodestrutiva.
"Este acontecimento é uma provocação deliberada da Federação Russa, um elemento de guerra híbrida e um novo ato altamente hostil contra a República da Polónia, bem como contra os países europeus", acusou um porta-voz da diplomacia de Varsóvia aos jornalistas.
Segundo Pawel Wronski, a Polónia instou a Rússia "a fornecer explicações sobre este incidente e a interromper este tipo de ações provocatórias".
O porta-voz afirmou ainda que "este acontecimento põe em causa a credibilidade da Federação Russa como participante fiável em qualquer processo de paz", referindo-se às conversações em curso, promovidas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, com a participação de líderes europeus, sobre o fim do conflito na Ucrânia.
Os meios de comunicação polacos divulgaram na quarta-feira um vídeo mostrando uma forte explosão durante a noite, juntamente com fotos de destroços de um motor e de uma hélice.
Em 2023, a Polónia, membro da NATO e firme aliada de Kiev, anunciou que um míssil russo tinha atravessado o seu espaço aéreo através da fronteira com a Ucrânia, no momento em que as forças russas realizavam bombardeamentos contra o país vizinho.
Em novembro de 2022, um míssil de defesa aérea ucraniano caiu sobre a aldeia polaca de Przewodow, perto da fronteira, matando dois civis.
Na quarta-feira, o ministro da Defesa polaco, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, já tinha condenado a violação do espaço aéreo do país, num "momento específico" de negociações que visam aproximar Moscovo e Kiev, acusando a Rússia de "provocar mais uma vez".
No mesmo dia, o seu colega dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski, indicou que Varsóvia iria enviar um protesto formal a Moscovo.
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