"Fizemos na Habitação muito mais do que foi feito em dez anos"

Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa e recandidato à autarquia nas próximas eleições, referiu que antes de anunciar a sua candidatura, decidiu fazer "uma reflexão pessoal", tendo afirmado ser "um presidente de Câmara dos Moderados".

Carlos Moedas presidente da Câmara de Lisboa

© Global Imagens

Maria Gouveia
21/07/2025 23:41 ‧ há 6 horas por Maria Gouveia

Política

Carlos Moedas

O presidente da Câmara de Lisboa e recandidato à autarquia, Carlos Moedas, afirmou, esta segunda-feira, que antes de anunciar a sua candidatura, decidiu fazer "uma reflexão pessoal", sublinhando ser "um presidente de Câmara dos moderados" e que não se candidata "contra ninguém".

 

"Temos um primeiro-ministro que está a trabalhar todos os dias para mudar o país com reformas essenciais e isso é que é importante. O primeiro-ministro sempre teve o meu apoio", destacou, em entrevista à SIC Notícias, após ser questionado sobre só ter anunciado a sua candidatura depois das eleições legislativas. 

Carlos Moedas revelou que, antes de anunciar a sua recandidatura, decidiu "fazer uma reflexão". "Uma reflexão que é pessoal dos próximos quatros anos. Se nos próximos quatro anos era essencial ou não para os lisboetas naquilo que estamos a fazer essa continuidade". 

"Apresentei a candidatura como qualquer presidente de Câmara o faz. Tenho que estar a trabalhar, tenho que ser presidente da Câmara e não podia estar a apresentar uma candidatura muitos meses antes porque deixava de o ser. Agora sou candidato, o que me retira tempo de presidente", disse. 

Acrescentou ainda que tem "uma dívida para com os lisboetas que é de quatro anos" e referiu que a candidatura "está dentro do tempo para poder ser candidato a 12 de outubro".

Coligação PS, Bloco e Livre? Objetivo é "retirar o presidente da Câmara"

"Percebo que há um bloco da Esquerda (coligação PS, Bloco de Esquerda e Livre) que quer ou que tem um objetivo de retirar o presidente da Câmara. Eu penso que é pouco para os lisboetas o objetivo de uma candidatura ser apenas retirar Carlos Moedas. Eu não me candidato contra ninguém. Candidato-me por Lisboa, pelos lisboetas, pelo trabalho que estamos a fazer", salientou. 

Sobre se é um presidente de Câmara consensual, afirmou ser "um presidente de Câmara dos moderados". "Felizmente, na nossa Lisboa e no nosso país há mais moderados do que radicais".

Já sobre o "bloco da Esquerda", liderado por Alexandra Leitão, o autarca disse que é "um bloco com os partido mais radicais".

"Todos os 15 dias na Câmara de Lisboa, entrego entre 30 a 40 casas"

"Fizemos tanto na Habitação. Fizemos na Habitação muito mais do que foi feito em dez anos. De 2010 a 2020, em Lisboa, construíram-se 17 casas por ano. Nós entregámos 2.600 chaves e começamos ajudar 1.200 famílias", disse Carlos Moedas quando confrontando com as palavras da sua adversária Alexandra Leitão.

O autarca destacou ainda que "um dos maiores projetos" que tem para o "futuro é olhar para a cidade" e para "250 hectares que estão dentro da cidade, que são terrenos abandonados há mais de 20 anos", enumerando o Vale de Chelas, que terá "mais duas mil casas, ou o Vale de Santo António, que terá "2.400 casas"

"Este ano vamos continuar a entregar. Todos os 15 dias na Câmara Municipal de Lisboa, eu entrego entre 30 a 40 casas. É fazer a conta semanalmente aquelas que vamos entregar. Temos feito sempre, de 15 em 15 dias, a entrega de chaves às pessoas", realçou.

Sobre a recandidatura, Carlos Moedas sublinhou que quer "continuar a fazer esse trabalho", referindo-se aos 250 hectares onde serão construídas casas.

"Acho que essa foi a grande diferença com a governação socialista, que não fez casas", atirou o presidente de Lisboa, salientando que as casas que têm sido entregues não são "herdadas".

"Isso é uma fabricação porque quando eu cheguei havia duas mil casas abandonadas, fechadas e entaipadas. Dessas casas, nós recuperamos 1.800. O Partido Socialista nunca fez isso. Nunca houve isso da parte do Partido Socialista. Que casas é que o Partido Socialista fala? Casas que não fez?", questionou. 

Carlos Moedas reiterou que as casas entregues foram "feitas por nós, reabilitadas por nós". "Gostava que me dissessem que casas são essas que estão no papel porque se estavam no papel não estavam feitas". 

Acrescentou ainda que a autarquia ajuda "famílias a pagar as rendas", pagando "a diferença entre aquele que é o rendimento delas e a renda que têm para não pagarem uma renda excessiva".

"Há obviamente uma crise na habitação"

Durante a entrevista, perguntado se reconhece que falhou na habitação para jovens, uma das 12 ideias que constavam no seu programa de 2021, Carlos Moedas foi categórico: "Não, obviamente que não". 

"Se estou a dizer que ajudei quase 4.000 famílias. Dessas 4.000 famílias, muitas são jovens porque não há aqui nenhuma discriminação. Nessas famílias, há famílias que precisam muito. São rendas apoiadas, são maios ou menos metade das 2.600 chaves. As outras metades são profissionais, são professores, são enfermeiros. São jovens profissionais que não conseguiam pagar", respondeu. 

Carlos Moedas defendeu ainda que enquanto presidente da Câmara de Lisboa, o que mais conseguiu fazer "foi habitação". "Há obviamente uma crise na habitação, mas foi por isso que investi 560 milhões de euros".

"Quem é que investiu aquilo que nós investimos na Habitação? Quem é que entregou aquilo que nós entregámos na Habitação? Percebo que haja esta luta política do que é de um, do que é de outro. Quando eu cheguei não estava feito e a crise que temos hoje, se durante dez anos só se construíram 17 casas por ano - número do INE -, como é que não haveria de haver uma crise de habitação se não se fez nada [durante dez anos]?", afirmou.

O autarca disse ainda que, em quatro anos, "não consegue resolver um problema de 14 anos". "Se há um tema em que estou muito à vontade, por aquilo que fiz, é a Habitação".

Loures? "Posso dizer o que faço em Lisboa"

Questionado sobre o que se passa em Loures e se faria o mesmo que o autarca Ricardo Leão, Carlos Moedas referiu: "Posso dizer o que faço em Lisboa". "Em Lisboa, sempre que aparece uma barraca é demolida. Nós não temos muitas barracas. As que tivemos demolimos. Portanto, quando há uma barraca, tenho de demolir", referiu. 

E acrescentou: "Primeiro porque é o princípio da lei. Segundo porque é uma questão de saúde pública. Fazemos em conjunção com a Santa Casa da Misericórdia. Todos os casos quando aparecem é demolido". 

Carlos Moedas notou ainda que "não é uma crítica a Ricardo Leão". "Ricardo Leão aqui está a ser utilizado politicamente, como eu fui quando foram as tendas dos Anjos". 

"À volta da Igreja dos Anjos havia 56 tendas e há partidos políticos neste país, de extrema-esquerda, que não querem que isto se resolva. Quando nós fomos tentar resolver, tínhamos toda essa ideologia que não quer resolver os problemas. Neste momento, nós já retirámos de Lisboa 400 tendas que existiam e existiram em Lisboa durante anos", sublinhou.

Carlos Moedas notou ainda que o autarca de Loures "está a fazer aquilo que a lei manda, arranjando sempre soluções para as pessoas".

Leia Também: Carlos Moedas diz que escolha em Lisboa é "entre moderação e radicalismo"

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