O presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, considerou esta terça-feira, que é preciso "ter um decisor nacional sobre os fogos".
Numa entrevista à CNN, que começou a deixar um "abraço agregado" ao bombeiro enterrado esta terça-feira, António Nunes afirmou que "falta um rosto, como em qualquer guerra, que diga, para o bem ou para o mal, as decisões que são tomadas sistematicamente, a nível nacional".
"Eu tive a oportunidade de olhar para o incêndio de Seia. E o incêndio de Seia vai progredir hoje até amanhã, porque não houve capacidade de decisão estratégica, operacional, para resolver a alocação dos meios aéreos em determinados locais", analisou o presidente.
Quanto ao debate sobre a falta de operacionais no terreno, António Nunes esclareceu que "os bombeiros não têm autonomia" e que são colocados nos postos determinados pela proteção civil.
O presidente da Liga dos Bombeiros afirmou ainda que o cenário está bastante diferente daquele que era vivido há, por exemplo, vinte anos, em grande parte devido às alterações climáticas, e considerou que "não aprendemos o suficiente para nos adaptar".
Mas criticou também a postura que vê atualmente, que considerou ser "quase confortada com a fatalidade" dos incêndios.
"Eu penso o contrário, acho que há alguma coisa que podemos fazer melhor", acrescentou, não deixando de afirmar, mesmo assim, que pensa que, para o ano, se vão voltar a discutir exatamente os mesmos problemas.
Leia Também: Chamas combatidas por 155 operacionais na Lomba em Gondomar