Tarifas? UE critica Trump enquanto "acata" o que os EUA mandam fazer

O candidato presidencial António Filipe afirmou hoje que a União Europeia (UE) critica Donald Trump ao mesmo tempo que "acata" as ordens do Presidente norte-americano e pediu uma resposta do Governo português ao acordo comercial entre Europa e Estados Unidos.

António Filipe, PCP

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Lusa
28/07/2025 18:57 ‧ há 3 dias por Lusa

Política

António Filipe

"Estamos a assistir (...) à cedência, em toda a linha, da União Europeia àquilo que são as imposições vindas dos Estados Unidos, vindas da administração Trump. Temos vindo a assistir a uma situação em que, a nível da União Europeia, se critica o que Trump diz e se acata o que Trump manda fazer", afirmou o ex-deputado e candidato a Presidente da República apoiado pelo PCP.

 

A posição foi assumida por António Filipe, em declarações aos jornalistas, durante o encontro com dirigentes do Movimento Porta a Porta, em frente ao antigo edifício do Ministério da Educação, em Lisboa, após ser questionado sobre o acordo comercial entre a UE e os Estados Unidos, alcançado no domingo, que fixa em 15% as tarifas aduaneiras norte-americanas sobre os produtos europeus.

O comunista salientou que este acordo é "uma rendição da União Europeia relativamente às imposições vindas dos Estados Unidos", que dá seguimento a outras cedências como, exemplificou, o acordo entre os países da NATO para um aumento das despesas em Defesa.

António Filipe classificou o entendimento entre a Europa e os EUA como um "pseudo-acordo" que não passa de uma "cedência às imposições norte-americanas" com "consequências negativas para os povos europeus".

"Este suposto acordo corresponde àquilo que são as imposições do poder dominante político e económico dos Estados Unidos com graves prejuízos para a economia dos países da União Europeia", acrescentou.

Questionado sobre o papel do executivo português na resposta a este acordo, António Filipe defendeu que o Governo "tem a obrigação de se manifestar" a nível europeu sobre as "consequências negativas deste acordo para a economia portuguesa" e deve "procurar diversificar as relações económicas" para que o país não dependa da relação com os Estado Unidos e a União Europeia.

O acordo entre Bruxelas e Washington prevê também o compromisso da UE sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) - visando nomeadamente substituir o gás russo -, o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros) e um aumento das aquisições de material militar.

Os EUA e os países da UE trocam diariamente cerca de 4,4 mil milhões de euros em bens e serviços.

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