"A Iniciativa Liberal não vê uma mudança, um virar de agulha, seja por parte do Governo, seja também por parte da própria Iniciativa Liberal. A posição que a Iniciativa Liberal tem, neste caso do conflito israelo-palestiniano, tem coincidido com a posição do Estado português, não apenas deste Governo, mas também já do anterior", afirmou, em declarações à Lusa, o deputado da IL e vice-presidente do parlamento, Rodrigo Saraiva.
Segundo o liberal, "um reconhecimento unilateral ou individual de Portugal no Estado da Palestina não faria diferença".
"Para existir uma relevância política e diplomática para a resolução do conflito, o reconhecimento da Palestina deveria ser feito no âmbito multilateral, sobretudo no âmbito europeu", defendeu.
De acordo com Rodrigo Saraiva, verifica-se "um movimento para que, em setembro, exista um reconhecimento da Palestina por parte de um vasto conjunto de países, portanto num movimento multilateral onde Portugal está preparado para estar inserido".
"E, nesse sentido, tentar ter relevância política e diplomática no reconhecimento do Estado da Palestina porque também é preciso dizer às pessoas que isto não vai construir o Estado da Palestina no dia seguinte", enfatizou.
Para o deputado da IL, "para existir de facto um Estado da Palestina há muita coisa que é preciso fazer", desde logo o fim do conflito e o "desarmamento do Hamas", para depois ser possível construir as instituições e realizar eleições.
"E este movimento diplomático e político que está a acontecer neste momento, não é apenas por parte de países ocidentais. Está também a correr em paralelo um movimento por parte de países árabes, como o Qatar, a Arábia Saudita e o Egito, que estão a exigir ao Hamas que abandone Gaza e que acabe com a guerra, libertando assim aquilo que é a questão mais essencial, que é libertar o povo da Palestina de uma organização terrorista que é o Hamas", apontou.
Questionando se neste tema o Governo de Luís Montenegro tem andado bem, Rodrigo Saraiva defendeu que "Portugal tem estado a andar bem, a dar os passos", quer com o atual executivo quer com os anteriores, numa posição alinhada com projetos de resolução apresentados pelos liberais.
"Era preciso criar um movimento multilateral, diplomático, político, juntando vários países para haver um reconhecimento conjunto de vários países do Estado da Palestina, não apenas reconhecimento individual de Portugal", reiterou.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou hoje que vai ouvir o Presidente da República e os partidos políticos com representação parlamentar com vista a "considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano" na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.
"O Governo decidiu promover a auscultação de sua Excelência o Senhor Presidente da República e dos Partidos Políticos com representação na Assembleia da República, com vista a considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano, num procedimento que possa ser concluído na semana de Alto Nível da 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a ter lugar em Nova Iorque no próximo mês de Setembro", anunciou o primeiro-ministro, em comunicado.
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