António Filipe reagia assim à declaração conjunta assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, no final da conferência, que terminou na terça-feira, em Nova Iorque, no sentido do reconhecimento do Estado da Palestina.
"Creio que Portugal já devia ter feito isso há muito tempo, não há nenhuma justificação para que o Estado português não tenha já reconhecido o Estado da Palestina. A maioria dos países do mundo já o faz, na União Europeia há países que já o fazem e há outros que o projetam fazer a muito curto prazo. Portugal já devia ter abandonado essa lista cada vez mais reduzida dos países que não reconhecem o Estado da Palestina", disse.
Pela Europa, assinaram a declaração Andorra, Finlândia, França, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega, Portugal, San Marino, Eslovénia e Espanha. Entre estes países, Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovénia reconheceram o Estado palestiniano no ano passado.
França anunciou na semana passada que dará esse passo na Assembleia Geral da ONU, em setembro, e o Reino Unido poderá fazer o mesmo, anunciou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na terça-feira.
"Convidamos todos os países que ainda não o fizeram a aderir a este apelo" sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, exortam os ministros na declaração conjunta, que apelam ainda aos países que ainda não o fizeram "a estabelecer relações normais com Israel e a expressar a sua vontade de iniciar discussões sobre a integração regional do Estado de Israel".
António Filipe que falava aos jornalistas no Barreiro, no distrito de Setúbal, à margem de um encontro com comissões de utentes, destacou que é preciso fazer mais do que reconhecer o Estado da Palestina.
"É importante no plano diplomático fazer todos os esforços para que haja um cessar de fogo, para que a população da Palestina deixe de ser massacrada, como está a ser, pelas autoridades israelitas, e que não haja restrições à entrada de ajuda humanitária na faixa de Gaza", disse.
O candidato presidencial realçou ainda a importância do cumprimento das resoluções das Nações Unidas.
"As resoluções das Nações Unidas, aquilo que apontam é para a existência de dois Estados, é para, nas fronteiras de 1967, que são as fronteiras internacionalmente reconhecidas. É isso que é fundamental , ou seja, quando se fala dos dois Estados, isso implica que haja um reconhecimento do Estado Palestino viável nas fronteiras de 1967. O empenhamento do Estado português no plano diplomático deveria ser precisamente com esse objetivo", frisou
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