A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu, esta quarta-feira, o "reconhecimento [do Estado da Palestina] e sanções imediatas contra Israel" após Portugal ter assinado uma declaração conjunta com 15 países no sentido do reconhecimento do Estado da Palestina.
"O Governo português assina uma declaração que diz que o reconhecimento do Estado da Palestina é essencial, mas não o reconhece. Quando Israel condena milhares de crianças à morte pela fome, o que espera? Ordens de Trump? Reconhecimento e sanções imediatas contra Israel", escreveu na rede social X (antigo Twitter).
Sublinhe-se que, esta quarta-feira, Portugal admitiu reconhecer o Estado da Palestina e declarou-se empenhado em trabalhar no "dia seguinte" em Gaza, numa declaração assinada por 15 países numa conferência sobre a solução dos dois Estados, nas Nações Unidas.
Pela Europa, assinam a declaração Andorra, Finlândia, França, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega, Portugal, San Marino, Eslovénia e Espanha. Entre estes países, Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovénia reconheceram o Estado palestiniano no ano passado.
O @govpt assina uma declaração que diz que o reconhecimento do Estado da Palestina é essencial, mas não o reconhece. Quando Israel condena milhares de crianças à morte pela fome, pelo que esperam? Ordens de Trump? Reconhecimento e sanções imediatas contra Israel.
— mariana mortágua (@MRMortagua) July 30, 2025
Esta quarta-feira, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, disse que pretende reconhecer o Estado da Palestina em setembro, tendo defendido ser necessária uma mudança de política para preservar a esperança da solução de dois Estados.
Recorde-se também que, na terça-feira, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou que o Reino Unido vai reconhecer o Estado da Palestina em setembro, caso o governo de Israel não tome medidas para acabar com a "situação terrível" no Médio Oriente.
Palavras que valeram críticas da ex-refém britânico-israelita Emily Damari, apontando que esta decisão do Reino Unido não "promoverá a paz", correndo "o risco de recompensar o terrorismo".
Já na sexta-feira passada, o presidente francês, Emmanuel Macron, revelou que a França iria reconhecer o Estado da Palestina, também em setembro.
Note-se que Israel opõe-se ao reconhecimento internacional do Estado palestiniano e o atual governo ameaçou que, se potências como o Reino Unido e a França o fizerem, anexará territórios da Cisjordânia.
Entre os países europeus, Eslovénia, Espanha, Irlanda e Noruega foram pioneiros no reconhecimento do Estado palestiniano, em 2024.
Numa "declaração conjunta" divulgada em maio, os quatro países apelaram ao reconhecimento por todo o mundo e defenderam a entrada da Palestina nas Nações Unidas como membro de pleno direito da organização, a par "do apoio a um acordo entre as partes, com o reconhecimento mútuo entre a Palestina e Israel".
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