A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, criticou o acordo tarifário celebrado, no domingo, entre os Estados Unidos e a União Europeia, que prevê "tarifas aduaneiras de 15% sobre exportações europeias", dizendo que "nos põe a pagar aos EUA as suas armas e energia fóssil para proteger a indústria alemã".
"Von de Leyen começou por juntar quase tudo, da extrema-direita aos Verdes. Fez agora um acordo tarifário com Trump, que nos põe a pagar aos Estados Unidos as suas armas e energia fóssil para proteger a indústria alemã", começou por escrever na rede social X (antigo Twitter).
E acrescentou: "A 'autonomia europeia' foi um namoro de verão e acabou antes de agosto".
Von der Leyen começou por juntar quase tudo, da extrema-direita aos Verdes. Fez agora um acordo tarifário com Trump, que nos põe a pagar aos EUA as suas armas e energia fóssil para proteger a indústria alemã. A "autonomia europeia" foi um namoro de verão e acabou antes de agosto.
— mariana mortágua (@MRMortagua) July 28, 2025
O que está em causa?
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) fecharam um acordo comercial, com tarifas fixadas em 15%, confirmou Donald Trump depois de ter estado reunido com Ursula von der Leyen em Turnberry, na Escócia.
Os EUA e a UE "chegaram a acordo", anunciou o Presidente norte-americano, no final de uma reunião com a presidente da Comissão Europeia.
"Foi uma negociação muito interessante. Penso que será ótimo para ambas as partes", acrescentou o republicano, indicando que o acordo prevê a aplicação de tarifas aduaneiras de 15% sobre as exportações europeias.
Já no rescaldo do acordo estabelecido na noite de domingo entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE), que prevê a aplicação de tarifas aduaneiras de 15% sobre as exportações, a partir do dia 1 de agosto, foram vários os líderes europeus que saudaram o pacote que, na sua ótica, protege os "interesses fundamentais" do bloco europeu.
O que contempla o acordo?
O acordo bilateral inclui uma tarifa fixa e máxima de 15% das exportações europeias nos Estados Unidos, em vez dos 30% que Washington ameaçava aplicar a partir de 1 de agosto, caso não houvesse consenso, informou Von der Leyen após a sua reunião com o presidente norte-americano, no seu complexo de golfe em Turnberry, a oeste da Escócia.
Esses 15% serão aplicados "à maior parte dos setores, como automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos", precisou a chefe do Executivo comunitário.
A informação contradiz o que foi dito anteriormente pelo próprio Donald Trump, que afirmara que os produtos farmacêuticos estavam excluídos da negociação.
Von der Leyen anunciou ainda que foram acordadas "tarifas zero", por ambas as partes, numa série de "produtos estratégicos", incluindo nos do setor aeroespacial e os seus componentes, certos químicos, produtos agrícolas, recursos naturais e matérias-primas. A chefe do Executivo comunitário adiantou que continuarão a trabalhar para adicionar mais elementos a esta lista.
Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu incentivou a que se aproveite "este resultado para continuar a fortalecer a competitividade da UE e a ampliar a nossa rede comercial global".
Nesse sentido, Von der Leyen destacou que a UE está a criar novas alianças comerciais por todo o mundo, ampliando as 76 que já possui.
"Concluímos negociações nos últimos meses com o Mercosul, o México e a Indonésia. Num mundo instável, a Europa é um parceiro confiável. E continuaremos a oferecer acordos que ajudem a salvaguardar a nossa prosperidade", sublinhou.
O pacto inclui um compromisso da UE de comprar energia dos Estados Unidos no valor de 750 mil milhões de dólares e investir 600 mil milhões de dólares adicionais naquele país, além de aumentar as suas aquisições de equipamento militar americano, conforme explicou anteriormente Trump.
Leia Também: Tarifas? UE critica Trump enquanto "acata" o que os EUA mandam fazer