Cecília Meireles considera que o anteprojeto apresentado pelo Governo “não é propriamente um diploma ultraliberal”.
Em entrevista ao programa ‘Linhas Vermelhas’ da SIC, a ex-deputada do CDS-PP considera que o diploma no seu âmago, no que toca à lei laboral, prevê “mais flexibilização na contratação a prazo, nos tempos de trabalho e sobretudo na contratação coletiva”, que, na sua visão, pode beneficiar tanto patrões como trabalhadores.
A comentadora considerou ainda que o PS sempre “resistiu em mexer em algumas coisas na legislação laboral” e atira que os bons resultados económicos da geringonça também se deveram ao facto de estas lei terem permanecido inalteradas, quando estavam previstas mudanças.
Já sobre o luto gestacional, que tem dado muito que falar, Cecília Meireles defende que a intenção do Governo era “simplificar” a legislação sobre a interrupção da gravidez. Na opinião da comentadora “a licença da interrupção da gravidez inclui luto gestacional” e, por isso, não há necessidade de haver duas legislações diferentes.
No fundo, defende, que não há “sinal ideológico nenhum”, mas sim uma “tentativa de legislar melhor” por parte do executivo. Acrescenta ainda que ninguém está a tentar “comprimir os direitos do cônjuge” de uma mulher que sofra uma interrupção de gravidez.
Cecília Meireles deixa, no entanto, a ressalva de que vai ser preciso “deixar muito claro” quais são as alterações que estão a ser feitas, até para os próprios portugueses entenderem o que está em causa.
A comentadora respondeu ainda sobre um possível acordo entre o PSD e o Chega afirmando apenas que há apenas “uma necessidade estratégica do PS de tentar fazer passar essa ideia”.
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