O YouTube anunciou que decidiu amenizar as regras no que diz respeito a palavrões no seus vídeos, indicando que os vídeos que tenham palavrões nos primeiros sete segundos poderão ser monetizados pelos criadores de conteúdos da plataforma.
A notícia foi partilhada pelo responsável pela divisão de monetização - a Monetization Policy Experience - do YouTube, Conor Kavanagh, num vídeo partilhado no canal Creator Insider (abaixo), afirmando que as novas regras estão “alinhadas com os padrões de transmissão” e tem como intuito “permitir que os anunciantes combinem os seus anúncios de forma mais eficaz com determinados conteúdos”.
O YouTube afirma que a decisão não tem como intuito aumentar o uso de palavrões mas, ao permitir a monetização, é provável que determinados criadores de conteúdos deixem de se policiar tanto no seu discurso.
Não obstante, o YouTube indica que continuará a não permitir que vídeos com palavrões no título ou ‘thumbnail’ seja monetizados.
Mais proteções para menores
O YouTube anunciou também que começou a integrar nos EUA um novo sistema de verificação de idade para impedir que menores de idade tenham acesso a conteúdo impróprio na plataforma.
Este novo sistema recorre a Inteligência Artificial para ‘adivinhar’ a idade do utilizador. Caso determine que o utilizador tem menos de 18 anos, o YouTube ativará automaticamente uma série de proteções já existentes de modo a proteger os crianças e adolescentes na plataforma.
Sabe-se que este sistema de Inteligência Artificial se baseará em parâmetros como tipo de vídeos vistos e pesquisas na plataforma para fazer uma estimativa da idade do utilizador e, caso exista algum erro, os utilizador poderão apresentar um ‘recurso’ e apresentar um documento de identificação que comprove que têm mais do que 18 anos.
O YouTube começará a implementar este sistema nos EUA no dia 13 de agosto, sendo de esperar que eventualmente chegue também a outros mercados onde a plataforma está presente.
Austrália não está convencida
Apesar destas proteções, o governo da Austrália não parece convencido com os esforços do YouTube para proteger os internautas mais jovens e decidiu incluir a plataforma na lei que proíbe o acesso a menores de 16 anos - uma lista em que já estão incluídas outras redes sociais, como o Instagram, o TikTok e o Facebook.
"As redes sociais têm uma responsabilidade social e não há dúvida de que as crianças australianas são afetadas negativamente pelas plataformas, por isso é hora de dizer basta", afirmou em comunicado o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.
A lei em causa destina-se a proteger os menores de possíveis assédios e problemas de saúde mental, determina que a responsabilidade de negar o seu acesso às redes recai sobre as próprias empresas à frente das plataformas, que, se infringirem a lei, enfrentam multas de até 49,5 milhões de dólares australianos (cerca de 28 milhões de euros).
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