Vão existir cortes nos custos na Porsche. O construtor de Estugarda procura salvaguardar o futuro no longo termo, num contexto desafiante - incluindo o mau desempenho na China e as guerras tarifárias dos Estados Unidos da América.
Segundo a Reuters, o diretor-executivo Oliver Blume escreveu uma carta à liderança da empresa, em que se pode ler: "Na segunda metade de 2025, representantes do empregador e dos funcionários irão negociar um segundo pacote estrutural para garantir o desempenho da empresa no longo termo".
O dirigente escreveu ainda, de acordo com aquela agência de notícias: "O nosso modelo de negócios, que nos serviu bem durante várias décadas, já não funciona na sua forma atual".
Já este ano foram anunciados outros cortes nos custos na Porsche, incluindo a redução de 1.900 postos de trabalho na Alemanha até 2029. Quanto a este segundo pacote, não se conhecem, para já, medidas concretas.
Estes são momentos desafiantes para a indústria automóvel e também para o fabricante. Não só apresenta um baixo volume de vendas na China, como também tem de lidar com as pesadas taxas nos EUA - onde não tem produção. Oliver Blume disse, recentemente, que o impacto na Porsche estava a ser maior do que noutros construtores.
Também no continente europeu a Porsche revela uma quebra. Segundo os dados mais recentes da ACEA - Associação de Construtores Automóveis Europeus, nos primeiros cinco meses do ano vendeu 30.833 viaturas na União Europeia, representando uma quebra de 22,3 por cento. Incluindo os países EFTA e o Reino Unido, a descida foi menor (17,2 por cento, com 41.567 vendas).
No primeiro trimestre deste ano, a Porsche teve um retorno operacional sobre vendas de 8,6 por cento, pretendendo que esse número suba para 15 a 17 por cento, segundo a Bloomberg. Foram 8,86 mil milhões de euros em receitas de vendas, face aos 9,01 mil milhões de euros do ano passado.
Porém, o lucro operacional caiu para 0,76 mil milhões de euros, quando se situava em 1,28 mil milhões de euros no ano de 2024.
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