A semana começou com notícias animadoras para várias indústrias, incluindo a automóvel, com o acordo sobre as tarifas concluído entre a União Europeia e os Estados Unidos da América. A Ineos recebeu este progresso com satisfação.
O entendimento prevê a aplicação de taxas alfandegárias de 15 por cento sobre as exportações de ambos os blocos. O presidente americano, Donald Trump, tinha ditado há meses tarifas de 25 por cento perante os automóveis e dez por cento sobre todas as importações vindas da UE - naquilo a que chamou de 'Dia da Libertação'.
A Ineos, fundada por Jim Ratcliffe, tem sede no Reino Unido e produz o Ineos Grenadier em França - sendo o mercado dos EUA vital para as suas operações.
A diretora-executiva da empresa, Lynn Calder, afirmou: "Estamos aliviados por um acordo tarifário ter sido, finalmente, alcançado entre a UE e os EUA. Os 15 por cento representam um aumento significativo no custo do nosso negócio incipiente em relação ao patamar anterior ao 'Dia da Libertação'".
Posto isto, a dirigente considera que este acordo alcançado dá a possibilidade de manter o crescimento nos Estados Unidos da América, que são "o maior mercado" da INEOS.
E Lynn Calder disse ainda: "Uma negociação prolongada tinha o potencial de causar danos incalculáveis aos nossos negócios e à indústria automóvel como um todo, então é positivo que agora tudo esteja claro. Esperamos um período de estabilidade para que possamos, simplesmente, continuar a entregar Grenadiers aos nossos clientes".
Acordo não foi perfeito
Enquanto alguns viram o acordo tarifário com bons olhos, houve quem criticasse a União Europeia. Bruxelas assume, através do porta-voz para a tutela do Comércio, Olof Gill, que "não é o resultado perfeito" para nenhuma das partes.
No entanto, fala de uma "plataforma para avançar" e desenvolver as atividades comerciais. O Ministério da Economia e Coesão territorial português considera que este entendimento é importante do ponto de vista da previsibilidade e estabilidade para as empresas.
As firmas europeias do setor automóvel que têm vindo a divulgar as suas contas semestrais assumem, no geral, um grande impacto das tarifas nos seus resultados, como foi o caso do grupo Stellantis esta manhã.
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