A polémica festa de Lamine Yamal para festejar os seus 18 anos de idade continua a dar que falar. O pai do jogador do Barcelona reagiu, esta quinta-feira, aos comentários feitos sobre a contratação de pessoas com nanismo para atuarem no evento.
"Eu não ouço as críticas, eu ouço as minhas opiniões. E elas dizem que o meu filho está a trabalhar bem, só isso. Não é inveja. É que as pessoas, em vez de olharem para o que têm ao seu redor, olham para o que está longe e morrem de inveja. Esse é o problema dessas pessoas", começou por dizer Mounir Nasraoui em declarações à Europa Press.
"Ele acabou de festejar o seu 18.º aniversário, também tem direito a viver um pouco a sua vida. Todos nós percebemos isso. Ele é um atleta profissional, mas é um miúdo como qualquer outro", continuou.
"O que devíamos ter orgulho é de termos um jogador da seleção nacional espanhola aqui em Espanha. Devíamos estar orgulhosos de ter um número 10 na nossa seleção e que o representa melhor que ninguém, sendo um exemplo para todos. Isso é o que temos de fazer. Aplaudi-lo dentro e fora do campo, não destruir a sua saúde mental", acrescentou antes de elogiar o filho.
"Obrigado por me deixarem falar. Eu agradeço e peço apenas algum respeito por todos. Somos todos iguais. Devíamos estar orgulhosos em ter um jovem que representa Espanha a nível internacional. Eu nunca vi um jogador na nossa seleção como o Lamine Yamal", concluiu.
De relembrar que a ADEE fez um comunicado a afirmar que iriam avançar com uma ação judicial contra Lamine Yamal por alegada exploração destas pessoas. "A Associação anuncia que tomará medidas legais e sociais para salvaguardar a dignidade das pessoas com deficiência, considerando que essas ações violam não apenas a legislação vigente, mas também os valores éticos fundamentais de uma sociedade que procura ser igualitária e respeitosa", pode ler-se no comunicado feito pela ADEE", pode-se ler na nota oficial da associação.
"Ninguém nos faltou ao respeito, deixem-nos trabalhar em paz. Não percebo porque é que há tanto alarido. Somos pessoas normais que fazem o que querem fazer de uma forma absolutamente legal. Em nenhum momento humilharam as pessoas com nanismo", começou por dizer um dos membros contratados pelo jogador do Barcelona, em declarações à rádio RAC1.
"Há alguns anos que estas pessoas nos prejudicam, querem proibir um trabalho de que gostamos e em nenhum caso ofereceram trabalho ou cursos às pessoas afetadas. Trabalhamos como animadores, porque é que não o podemos fazer por causa da nossa condição física?", questionou.
"Sabemos qual é o nosso limite e nunca o ultrapassamos: não somos macacos de feira. Dançamos, distribuímos bebidas, fazemos magia... há muitos tipos de espetáculos. Éramos apenas mais umas pessoas na festa, toda a gente se divertiu muito. Houve todo este alarido só porque era a festa de Lamine Yamal", acrescentou antes de se dirigir à presidente Carolina Puente diretamente.
"Há uma nova presidente que se sente insegura de si mesma e que nos quer lixar a todos", aponta o artista, que considera que a mudança de perspetiva sobre este assunto é causado pela mudança que existiu na direção da ADEE.
Face a todo este aparato mediático, o Ministério dos Direitos Sociais de Espanha já solicitou ao Ministério Público, ao Provedor de Justiça e ao Gabinete de Combate aos Crimes de Ódio que seja investigada esta contratação por parte de Lamine Yamal de pessoas com nanismo para a festa de aniversário dos seus 18 anos, como forma de entretenimento, podendo ter sido violada a Lei da Deficiência.
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