"Alberto Costa deve ter escolhido o FC Porto para estar perto da família"

O Desporto ao Minuto falou com duas pessoas que fizeram parte da carreira do novo camisola 20 do FC Porto. João Aroso e Rui Leite a recordam os primeiros passos do jogador no clube vimaranense e a chegada à equipa principal do clube minhoto. 

Alberto Costa, FC Porto

© Site/FC Porto

Davide Rodrigues Araújo
26/07/2025 07:29 ‧ ontem por Davide Rodrigues Araújo

Desporto

Exclusivo

A transferência de Alberto Costa da Juventus para o FC Porto foi concluída na quinta-feira, com João Mário a seguir o caminho inverso. No entanto, a subida do lateral de 21 anos foi feita no Vitória SC, onde deu os primeiros passos enquanto jogador sénior que acabaram por culminar com uma ida para Itália quando muitos pensavam que iria 'seguir o comboio' de Rui Borges para o Sporting. Agora, tem um novo desafio na cidade Invicta.

 

O Desporto ao Minuto falou com duas pessoas que fizeram parte da carreira do novo camisola 20 do FC Porto, que traçam o perfil do 'miúdo' com quem trabalharam no passado. João Aroso - antigo treinador adjunto do Vitória SC em 2022/23 e 2023/24 - e Rui Leite - ex-diretor da formação do Vitória SC por duas ocasiões - recordam os primeiros passos do jogador no clube vimaranense e na equipa principal do clube minhoto. 

Além disso, também o novo desafio do jovem português e fazem uma retrospectiva da sua passagem pela Juventus, que acabou mais cedo do que o esperado.

A disputa entre o FC Porto e o Sporting

Alberto Costa esteve sempre associado a uma transferência para o Sporting desde que Rui Borges chegou ao clube de Alvalade, pelo que foi com alguma surpresa que os adeptos acabaram por reagir à ida do jogador português para o rival FC Porto. No entanto, poderá haver uma razão para a decisão.

"O Alberto, acredito eu porque não falei com ele, deve ter escolhido o FC Porto [em vez do Sporting] por estar mais perto de casa e estar mais perto da família. Acredito que possa ter caído para aí a escolha do Alberto. Acredito que o Sporting pudesse ter interesse no atleta, porque também trabalhou com Rui Borges", começa por dizer Rui Leite.

"Falou-se muito da questão de o Alberto ser do FC Porto desde pequenino. Eu acho que isso é muito complicado porque quem gosta do clube não são os jogadores, são os adeptos. Eles é que sentem o clube, é que amam o clube, é que sentem a camisola muitas das vezes", atira o antigo dirigente da formação do Vitória SC.

"Por motivos profissionais não consegui acompanhar muito a época dele na Juventus, mas o que eu acho é que, muitas vezes, há jogadores que dão um passo demasiado grande numa fase inicial da carreira. Pode ter acontecido isso com o Alberto, embora o diga sem ter acompanhado muito a sua prestação na época passada", analisa, por seu turno, João Aroso.

"Mas lembro-me, por exemplo, de jogadores como o Simão, o Quaresma ou até mais recentemente o Trincão, entre outros, que a dada altura deram um salto gigante, e depois tiveram que dar um passo eventualmente atrás", acrescenta o agora treinador adjunto principal da seleção da República da Coreia.

"Não quer dizer que o FC Porto seja um passo atrás. É um grande clube e é um bom passo para o Alberto, mas ir para a Liga Italiana, com a exigência do futebol italiano, num clube com a dimensão da Juventus... Para um jogador que ainda não tinha assim tantos jogos na I Liga portuguesa, poderá ter sido um passo demasiado grande naquele momento", completa Aroso.

"Juventus? Não esperávamos tão cedo…"

A mudança para a Juventus, no passado mês de janeiro, chegou de forma algo surpreendente, visto que o jogador ainda não tinha muitos jogos na I Liga ao serviço dos vimaranenses. Para lá disso, Alberto Costa acabou por chegar num momento conturbado em Turim e ficou mesmo de fora da lista da Liga dos Campeões, sendo sujeito às oportunidades dadas no campeonato italiano e nos jogos da Taça.

"Quando regresso ao Vitória SC, o Alberto já é jogador dos sub-19, e já se via um Alberto completamente diferente, com um potencial muito mais alto, muito mais avançado e tecnicamente muito mais evoluído. Na altura já se previa que tínhamos ali um jogador para o futuro do Vitória SC", refere Rui Leite.

"Se me dissesse que iria para a Juventus o mais rapidamente possível, diria que com o tempo poderia lá chegar, mas talvez não diria que chegasse lá tão rápido. Mas como é óbvio que já prevíamos que o Alberto tinha potencial para fazer uma grande carreira profissional", confessa o antigo dirigente do Vitória.

"Agora seria fácil dizer que esperávamos que ele chegasse a estes patamares, mas na altura em que fui treinador adjunto do Vitória SC, ele estava numa fase de transição entre a equipa B e a equipa principal. Portanto, na época 2022/23 ele era um jogador da equipa B e ia treinar de vez em quando com a equipa principal", relembra João Aroso.

"Depois, na pré-época de 2023/24, ele é já integrado na equipa principal. Estava a dar os primeiros passos e na altura o que estava na nossa cabeça era a capacidade dele para poder jogar no Vitória SC. Sinceramente não pensávamos mais do que isso", indica.

"Um aspeto que eu acho curioso é que, na altura jogávamos com um sistema de três centrais e o Alberto estava a jogar e a treinar, fez até alguns jogos de preparação a jogar como defesa central sobre a direita e esteve a um nível muito bom", afirma o treinador adjunto principal da seleção da República da Coreia.

"É uma curiosidade e obviamente sei que no FC Porto é um sistema a quatro defesas e ele foi contratado para jogar a lateral direito. Mas teve momentos muito interessantes a jogar como central, por ser muito rápido e ter capacidade de sair em drible sob pressão nessa posição, com uma facilidade muito grande", acrescentou.

Rui Borges ajudou na progressão

A influência de Rui Borges na carreira de Alberto Costa é inegável, mas poderia ter vindo a ser ainda maior, dado que os destinos se poderiam ter cruzado no período pós-Vitória SC. Ainda assim, foi um período de melhoria para o jogador.

"Como lateral, eu acho que ele evoluiu muito, particularmente na parte ofensiva, já na fase com Rui Borges, na questão de chegar ao último terço em drible e em progressão. É um lateral muito ofensivo, com chegada perto da área para cruzar na maior parte das vezes", explica João Aroso sobre a influência de Rui Borges no jogo de Alberto Costa.

"Todas as outras qualidades era algo que já se percebia que tinha. A velocidade, a capacidade defensiva, um jogador competente nos duelos defensivos e também no jogo aéreo, não só a defender, que é importante para um lateral, mas também a atacar nos esquemas táticos, é alguém que ajuda bastante", reiterou.

Já fora das quatro linhas, o minhoto não dava tanto nas vistas, sendo mesmo referenciado como um dos mais introvertidos. Ainda assim, os colegas puxavam por ele e acabava por ser parte integral do grupo mais bem disposto dos plantéis.

"O Alberto não é um líder do balneário, não é quem começa as brincadeiras. É algo introvertido e fazia sempre ali um grupinho de amigos. Tem uma retaguarda familiar fantástica, acho que isso também é um dos segredos para o sucesso dele. Desde o início que sempre o acompanhou, que o ajudou e esteve sempre do lado dele", sublinha Rui Leite.

"É um miúdo que não quer problemas, que tem os objetivos muito bem definidos na cabeça. Não está ali para brincar, está ali para trabalhar, para atingir os objetivos a que se propõe. Não é o 'risotas' do balneário, não é quem estava sempre na brincadeira, apesar de até ser puxado pelos colegas para estar inserido. Foca-se no trabalho, é super educado, super trabalhador e muito dedicado", garante o antigo responsável do Vitória..

Já o seu antigo treinador adjunto avalia Alberto Costa de outra forma, com uma faceta mais bem disposta nos tempos da equipa principal.

"O Alberto é uma pessoa excelente, seja de forma mais pessoal ou profissional. Diria que era difícil haver melhor. Toda a gente gosta dele, pela sua humildade, pela sua boa disposição" confirma João Airoso.

"No estágio de pré-época em 2022/23, o Alberto era alguém que os jogadores mais velhos puxavam mais para a linha da frente nas brincadeiras depois das refeições. Além de ser engraçado, juntava a sua piada com a humildade e era uma mistura que resultava num perfil muito interessante e que toda a gente gostava muito no plantel", remata.

Descoberto desde 'o fundo da pirâmide'

Alberto Costa chegou ao Vitória muito cedo na sua carreira, quando ainda jogava futebol sete ao serviço do Tirsense. Foi lá que deu os primeiros passos e acabou por se destacar ao ponto de dar nas vistas para os olheiros do clube da cidade de berço.

"Quem acaba por descobrir o Alberto é o departamento de scouting do Vitória SC, onde tínhamos excelentes profissionais, que trabalhavam muito bem com os clubes próximos. Numa altura em que o Vitória SC estava com algumas dificuldades financeiras, apostava-se muito nas futuras promessas para o futebol", assume Rui Leite, que estava presente na altura em que o jogador foi descoberto.

"O Alberto desde a época 2013/14 quando chega ao Vitória SC tinha um relatório muito bom, lembro-me de ser mesmo excelente, mas estamos a falar de um miúdo numa tenra idade em que é muito difícil de perceber se alguém vai mesmo dar jogador", vinca.

"O relatório dele continha informação que fazia prever uma evolução muito grande e que tinha uma retaguarda familiar que poderia ajudar esta evolução. Tinha todos os indicadores para ser um grande jogador", concluiu.

Resta, agora, perceber se Alberto Costa conseguirá vingar no FC Porto, agora comandado por Francesco Farioli. Quem conhece o lateral português de 21 anos não tem dúvidas. Costa tem todas as capacidades para tornar-se num caso sério no Dragão. 

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