Sindicato acusa Generali de "despedimento coletivo encapotado" ao transferir trabalho

O sindicato dos profissionais de seguros denunciou hoje que o grupo Generali Tranquilidade está a transferir trabalho entre empresas do grupo, no que apelidou de "despedimento coletivo encapotado" que ameaça 68 postos de trabalho.

 Grupo Generali

© Getty Images

Lusa
24/07/2025 17:07 ‧ há 2 dias por Lusa

Economia

Generali

"O SINAPSA foi informado que neste momento há uma transferência de trabalho de uma empresa, a Europ Assistance, que assegura há 19 anos o serviço de apoio ao cliente da Generali, para outra empresa, a Close to Customers, que, por curiosidade, também é uma empresa do grupo", começou por explicar à Lusa o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA), Jorge Martins.

 

Apesar do que considera ser uma transferência progressiva do trabalho, o sindicato aponta que as empresas, "nomeadamente a Close to Customers, não pretendem assegurar os postos de trabalho".

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Generali Tranquilidade esclareceu que "não está em causa, nem nunca esteve, um qualquer estabelecimento ou a sua transferência" e que as duas empresas são juridicamente independentes e com gestão autónoma.

As duas empresas "decidiram dar por concluída a prestação de serviços de apoio ao cliente" que a Europ Assistance assegurava, que estava focada em atividades de abertura de sinistros e marcação de peritagens.

Segundo a mesma fonte, a Europ Assistance "pretende recentrar os seus serviços" principais, nomeadamente assistência em viagem e ao lar, mas registou que são serviços "em que existe uma oferta diversificada no mercado".

"A Generali Tranquilidade está ainda a identificar o modelo em que pretende proceder à sua contratação futura, sendo que, no imediato, e ainda que de forma distinta na sua configuração, os serviços já descontinuados pela Europ Assistance estão a ser assegurados por outros prestadores", acrescentou.

Segundo o sindicato, a situação agrava-se para 68 trabalhadores, que enfrentam a extinção dos seus postos de trabalho, sem qualquer outra alternativa que não um plano de rescisões com efeitos no final deste ano ou do próximo março.

No documento emitido após um plenário de segunda-feira, o sindicato falou de um "claro processo de despedimento coletivo encapotado" e de uma reestruturação, dada a falta de alternativas para os trabalhadores.

O responsável sindical acrescentou que estão a decorrer conversações no Ministério do Trabalho, através da resolução de conflitos, para que os 68 trabalhadores abrangidos "consigam garantir a manutenção dos seus próprios trabalhos".

"Se não for na empresa, que seja, pelo menos, haver a possibilidade de encontrar soluções nas empresas do grupo", registou.

Os trabalhadores temem que a adoção desta estratégia seja "o início de um processo mais amplo que o próprio grupo Generali pretenda levar a cabo".

"Hoje é um departamento, amanhã poderá ser outro, e os trabalhadores estão conscientes, neste momento, dessa situação", acrescentou o responsável sindical.

Segundo o SINAPSA, a Europ Assistance conta com cerca de 350 trabalhadores, 108 dos quais estavam, há cerca de três meses, no serviço de apoio ao cliente.

O dirigente do SINAPSA explicou que haverá uma nova reunião na Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) no início de agosto, para tentar arranjar soluções para que os trabalhadores não percam os seus postos de trabalho.

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