Está a engordar só por cheirar comida? Olhe que pode acontecer

Um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, revelou que pode existir uma ligação entre o olfato e a forma como queima calorias. O contrário também pode acontecer, ou seja, perder peso se não tiver o olfato apurado.

Cheirar comida

© Shutterstock, homem

Adriano Guerreiro
21/08/2025 09:40 ‧ há 9 horas por Adriano Guerreiro

Lifestyle

Estudo

Podia achar que só engordava por ingerir comida e calorias em excesso. Contudo, o simples facto de cheirar alimentos pode estar a fazer com que aumente o peso. A conclusão foi apresentada por um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicado na revista Cell Metabolism em 2017.

 

A investigação foi feita em ratos e mostrou que ratos obesos que perderam o olfato também acabaram por perder peso. O mais surpreendente está no facto de que consumiram o mesmo tipo de alimentos que outros ratos com o olfato normalizado. Neste caso, houve animais que até aumentaram o peso para o dobro.

Como cheirar a comida faz com que esteja a engordar

Assim, o estudo aponta que o cheiro da comida pode ter um papel na forma como o corpo trabalha as calorias que recebe. Explicam que o olfato está ligado a regiões no cérebro que regulam o metabolismo, em particular a área do hipotálamo.

"O estudo mostra que se manipularmos as informações olfativas, podemos alterar a maneira como o cérebro percebe o equilíbrio energético e como o cérebro o regula", disse Céline Riera, uma das autoras do estudo.

Dá o exemplo de pessoas que acabam por perder o olfato devido à idade, lesões ou doenças e que acabam por ficar anoréticas. São condições que podem estar relacionadas com a depressão e levar à perda de apetite.

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O olfato pode alterar a forma de armazenar calorias e levar ao aumento de peso

"Os sistemas sensoriais desempenham um papel no metabolismo. O aumento de peso não é apenas uma medida das calorias ingeridas, também está relacionado à forma como essas calorias são trabalhadas", explica Andrew Dillin, outro dos autores. "Se pudermos validar isso em humanos, talvez possamos realmente criar um medicamento que não interfira no olfato, mas ainda bloqueie esse circuito metabólico."

Revelam ainda que os animais, tal como os humanos, podem ser mais sensíveis a cheiros quando estão com fome. A ausência de olfato pode acabar por 'enganar' o corpo fazendo pensar que já comeu. Enquanto está a procurar algo para comer, o corpo armazena calorias para o caso de acabar por não conseguir.

No estudo, os ratos com deficiência de olfato acabaram por perder calorias rapidamente. As células de gordura foram transformadas para produzir mais calor e queimar calorias. Os ratos obesos não apenas perderam peso como também recuperaram a tolerância normal à glicose.

"Pessoas com transtornos alimentares às vezes têm dificuldade em controlar a quantidade de comida que comem e sentem muitos desejos. Acreditamos que os neurónios olfativos são muito importantes para controlar o prazer da comida e, se tivermos uma maneira de modular essa via, podemos bloquear os desejos e ajudá-las a controlar a ingestão de alimentos."

Dieta com alimentos minimamente processados duplica perda de peso, diz estudo

Um estudo publicado recentemente na Nature Medicine revela que dietas com alimentos minimamente processados podem levar a uma perda de peso duas vezes maior do que dietas com alimentos ultraprocessados saudáveis.

A investigação teve por base um grupo de 55 pessoas do Reino Unido os quais foram seguidas ao longo de oito semanas. Foram-lhes dadas dois tipos de dietas, com refeições ultraprocessadas ou minimamente processadas.

"Este novo estudo mostra que, mesmo quando uma dieta ultraprocessada atende às diretrizes nutricionais, as pessoas ainda vão perder mais peso ao fazerem uma dieta minimamente processada", disse em comunicado Kevin Hall, um dos autores do estudo.

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