Sobrevivente do Hamas "intimidada" durante ação de protesto no Canadá

Noa Argamani, sobrevivente do Hamas, foi convidada para falar da sua experiência na Universidade de Windsor, no Canadá. No entanto, acabou por ser alvo de uma ação de protesto que a deixou assustada.

Noa Argami

© Getty Images/RICHARD A. BROOKS/AFP

Andrea Pinto
30/06/2025 13:16 ‧ há 6 horas por Andrea Pinto

Mundo

Israel

A refém do Hamas Noa Argamani revelou, entre críticas, a forma como se sentiu ameaçada durante um evento para o qual tinha sido convidada, na Universidade de Windsor, no Canadá.

 

A jovem mulher é um dos rostos mais famosos dos reféns do Hamas, tendo sido sequestrada enquanto participava no festival de música Nova, no sul de Israel. Noa esteve refém durante cerca de 9 meses.

A mulher de 27 anos foi convidada para falar da sua experiência num conferência no dia 26 de junho, em Ontario. Contudo, a sua presença não agradou a todos e aquilo que acabou por acontecer deixou Noa em pânico.

Segundo relata a própria, dezenas de membros do grupo de apoio e solidariedade para com a Palestina desta mesma universidade cercaram todas as portas de entrada e saída da sala de conferências. “O Hamas está a caminho”, terão gritado os manifestantes, naquilo que a jovem considera ter-se tratado de uma atitude intimidatória.

“Recuso deixar os simpatizantes do terrorismo controlar a narrativa” começou por escrever Noa Argamani na sua conta no Twitter.

“O Hamas veio. O Hamas raptou-me. O Hamas matou amigos meu. Mas eu ganhei. Eu sobrevivi. E agora falo por aqueles que não podem falar”, prossegue, garantindo que continuará a denunciar os crimes do Hamas e que tudo fará pela libertação dos reféns, incluindo a do seu namorado Avinatan.

Miriam Kaplan, que presidia ao evento, descreveu o incidente como “uma tentativa vergonhosa de intimidar uma sobrevivente”.

Apelou à universidade para que condenasse o protesto, afirmando que “estes estudantes passaram da linha da liberdade de expressão para a agressão”.

Não foram efetuadas quaisquer detenções, mas a polícia de Windsor afirmou que os agentes “controlaram a situação e garantiram a segurança pública” após terem recebido chamadas sobre distúrbios.

A história da refém Noa Argamani

Noa tornou-se num dos rostos do conflito entre Israel e o Hamas depois de ter sido filmada a ser sequestrada do festival de música, no dia 8 de outubro de 2023, numa mota. Foi libertada no dia 8 de junho do ano passado.

Noa Argamani foi resgatada juntamente com outros três reféns, numa operação das forças especiais israelitas a partir de um edifício de apartamentos no centro de Gaza.

No seu primeiro discurso após a libertação mostrou que não se esquecia dos que tinham ficado para trás.

"Quero aproveitar esta oportunidade para recordar toda a gente que existem ainda 120 reféns do Hamas. Entre eles está o meu companheiro Avinatan Or, de quem fui separada desde o dia do ataque. Embora agora esteja em casa, não consigo esquecer os que continuam em cativeiro e devemos fazer tudo para os trazer de volta", afirmou a jovem na altura.

Noa detalhou que, durante os oito meses em que esteve refém, só pôde tomar duche duas vezes por mês, tendo sido levada para várias localizações, incluindo túneis.

A operação de salvamento foi a maior da guerra e aconteceu numa altura em que os ataques israelitas e os ataques aéreos na mesma zona mataram pelo menos 210 palestinianos, incluindo crianças.

Leia Também: Israel recupera corpo de refém tailandês sequestrado pelo Hamas

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