Odebrecht. Testemunha-chave em prisão domiciliar encontrada morta no Peru

A morte desta testemunha-chave da acusação ocorre menos de três meses antes do início previsto, em 23 de setembro, do julgamento por corrupção de Villaran, contra quem o Ministério Público pede 29 anos de prisão.

Leftist villaran leads elections for Lima mayor

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Lusa
30/06/2025 06:47 ‧ há 8 horas por Lusa

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Peru

Uma testemunha-chave no julgamento contra a ex-prefeita de Lima, Susana Villaran, acusada de ter recebido subornos das empresas brasileiras Odebrecht e OAS, foi encontrada morta em casa no domingo, anunciou hoje o Ministério Público peruano.

 

José Miguel Castro, antigo gerente da prefeitura de Lima durante o mandato de Villaran (2011-2014), colaborava com o procurador anticorrupção na investigação aberta contra a sua antiga chefe.

Segundo o Ministério Público, Castro foi encontrado morto no domingo de manhã na sua casa no bairro de Miraflores, em Lima, onde se encontrava em prisão domiciliar. A causa da morte ainda é desconhecida.

A morte desta testemunha-chave da acusação ocorre menos de três meses antes do início previsto, em 23 de setembro, do julgamento por corrupção de Villaran, contra quem o Ministério Público pede 29 anos de prisão. Castro também deveria ser julgado no mesmo processo.

"Ele era a segunda pessoa mais importante atrás de Villaran", esclareceu o procurador anticorrupção José Domingo Pérez, em declarações ao canal de televisão N. "Contávamos com a sua preciosa contribuição" para o julgamento, lamentou.

Villaran é acusada de ter formado uma organização criminosa, que recebeu mais de dez milhões de dólares (8,5 milhões de euros) em subornos dos grupos de obras públicas brasileiros Odebrecht (hoje Novonor) e OAS. A ex-prefeita, de 75 anos, está em liberdade condicional desde maio de 2021, após um ano de prisão preventiva.

Em 2019, Villaran reconheceu que a Odebrecht e a OAS financiaram em 2013 uma campanha contra a oposição, que na altura tentava derrubá-la, e estimou esse pagamento em quatro milhões de dólares (3,40 milhões de euros).

O ex-chefe da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, que assinou um acordo de colaboração com o Ministério Público, afirmou que a sua empresa financiou a campanha de Villaran por receio de que os contratos que obteve fossem cancelados se ela fosse destituída.

A Odebrecht distribuiu, durante mais de uma década, um total de 788 milhões de dólares (671 milhões de euros) em cerca de dez países latino-americanos para obter contratos públicos, de acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Este caso levou à prisão de dezenas de líderes políticos e empresariais da América Latina.

A empresa reconheceu ter pago 29 milhões de dólares (quase 25 milhões de euros) em subornos no Peru entre 2005 e 2014.

Leia Também: Odebrecht reafirma acordo de colaboração que assinou com justiça peruana

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