A família de Juliana Marins, a jovem brasileira que foi encontrada morta quatro dias após ter caído durante uma caminhada no vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, pediu à justiça brasileira para que seja realizada uma nova autópsia ao corpo da jovem.
"Com o auxílio do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança (GGIM), da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia", revelou, esta segunda-feira, Mariana Marins, irmã de Juliana.
A irmã informou ainda que a família aguarda agora uma decisão, que deverá ser tomada nas próximas horas. Em entrevista à CNN Brasil, Mariana Marins explicou que a família quer "uma nova autópsia para entender melhor o que aconteceu a Juliana".
"Infelizmente, convivemos com descaso do início ao fim desde o acidente. Nosso objetivo é apenas entender se tem algo que passou batido ou foi mal interpretado na primeira autópsia", disse.
Recorde-se que, na sexta-feira passada, foram revelados os resultados preliminares da autópsia feita ao corpo de Juliana Marins. A causa da morte foi apontada como ferimentos, que provocaram danos nos órgãos internos e hemorragias, segundo as autoridades da Indonésia.
"Encontrámos arranhões e escoriações, bem como fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa. Essas fraturas ósseas causaram danos a órgãos internos e sangramento", disse o médico legista Ida Bagus Alit, em conferência de imprensa, citado pela BBC Brasil.
Numa outra publicação no Instagram, num perfil criado para acompanhar o caso da jovem alpinista, Mariana Marins revelou que as dificuldades que estão a ter para que o corpo da irmã regresse ao Brasil, uma vez que ainda se encontra na Indonésia.
"Estamos tentando confirmar o voo que trará Juliana para o Brasil, para o aeroporto do Galeão (Rio de Janeiro). Porém, a Emirates de Bali não quer confirmar o voo. É descaso do início ao fim. Precisamos da confirmação do voo da Juliana urgente. Precisamos que a Emirates se mexa e traga Juliana para casa", lê-se.
A turista brasileira esperou pelo resgate durante quatro dias, "sem água, comida e agasalhos". A família da jovem chegou a acusar as autoridades indonésias de "não agilizar o processo de resgate". Por sua vez, a equipa de resgate e salvamento reconheceu que em causa estava uma operação "extrema e desafiante".
De recordar que Juliana Marins tinha sido vista pela última vez pelas 17h00 locais (10h00 em Lisboa) de sábado, 21 de junho, por um drone de outros turistas. Nas imagens aparecia sentada após a queda, mas quando as equipas chegaram ao local já não a encontraram.
Segundo a imprensa brasileira, Juliana Marins tem 26 anos e é formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há alguns meses decidiu embarcar numa aventura sozinha pela Ásia, passando pelas Filipinas, Vietname, Tailândia e Indonésia - onde chegou no final de fevereiro.
Durante o seu 'mochilão' pelo país asiático, Marins decidiu contratar uma empresa local de turismo para fazer a subida até ao vulcão Rinjani, conta a revista Exame. No entanto, acabou por sofrer uma queda quando fazia um passeio junto a um lago com outras 12 pessoas.
Juliana Marins terá ficado sozinha na caminhada após queixar-se de cansaço e o seu guia turístico foi acusado pela imprensa local de a ter abandonado. No entanto, o homem garantiu que "esperaria à frente" por ela.
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