Os acordos foram formalizados hoje em Luanda, no âmbito do 4.º Convite à Apresentação de Propostas do programa Diálogos UE--Angola, uma iniciativa lançada em 2019 que visa fortalecer parcerias institucionais, promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a eficácia das políticas públicas nas áreas prioritárias do acordo Caminho Conjunto Angola-União Europeia.
"Num total de 41 candidaturas recebidas, foram aprovadas 10 ações", anunciou a embaixadora da UE em Angola, Rosário Bento Pais, sublinhando que os projetos selecionados abrangem temas como crescimento económico, desenvolvimento agroindustrial, transportes, energia, alterações climáticas, ciência e direitos humanos, com forte enfoque na região do Corredor do Lobito.
O apoio europeu insere-se na estratégia Global Gateway, que prevê a mobilização de financiamento público e privado em corredores económicos prioritários em África, sendo o do Lobito um dos mais importantes.
"O nosso objetivo é olhar para o Corredor do Lobito como um verdadeiro corredor económico, diversificar a economia e criar emprego para os jovens", afirmou a responsável europeia.
Rosário Bento Pais destacou que muitas das novas ações se vão articular com projetos já em curso no âmbito das cadeias de valor agrícola, energias renováveis, pescas, economia circular e administração local, apostando no reforço da cooperação bilateral e na dinamização económica da região centro-sul de Angola.
Cada ação do programa Diálogos é liderada por uma instituição angolana em parceria com uma congénere europeia.
As atividades incluem elaboração de estudos, workshops, intercâmbios técnicos e capacitação institucional, sendo financiadas com fundos a fundo perdido. Desde o início do programa, foram lançadas mais de 15 ações de diálogo, envolvendo mais de 40 instituições e cerca de quatro mil participantes.
Entre os resultados já obtidos destacam-se a realização de 12 estudos técnicos, oito seminários de boas práticas e 78 iniciativas de capacitação, com 90% dos beneficiários a reportarem melhoria de conhecimentos.
O programa multianual da UE para Angola (2021--2027) disponibiliza mais de 400 milhões de euros em doações, centrados em três áreas prioritárias: capital humano, diversificação económica e boa governação.
Na sua intervenção, Rosário Bento Pais reiterou o compromisso da União Europeia com o desenvolvimento sustentável e inclusivo de Angola, salientando a importância de "parcerias duradouras" com instituições públicas e privadas que contribuam para a profissionalização das políticas públicas e o fortalecimento da administração pública angolana.
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