Ataque huti fez quatro mortos e 11 desaparecidos

A missão naval da União Europeia (UE) no Mar Vermelho indicou hoje que quatro pessoas morreram e 11 estão desaparecidas na sequência do ataque contra um navio cargueiro de bandeira liberiana realizado pelos Hutis, movimento iemenita pró-Irão.

Iémen, Mar Vermelho, petroleiro, navio

© Mohammed Hamoud/Getty Images

Lusa
11/07/2025 23:49 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A atualização da Operação Aspides da UE ocorreu enquanto forças de segurança privadas continuam a procurar sobreviventes do Eternity C, um graneleiro de propriedade grega afundado na quarta-feira.

 

Dez pessoas foram recuperadas com vida, incluindo oito tripulantes filipinos e um grego e um indiano da equipa de segurança da embarcação, informou a operação da UE.

Quinze pessoas continuam desaparecidas, incluindo os quatro presumivelmente mortos, informou a missão.

"Todos os navios próximos são aconselhados a estarem atentos", disse a missão da UE.

Os Hutis, movimento xiita que que controla grande parte do Iémen, disseram ter feito reféns entre a tripulação.  

A Embaixada dos EUA no Iémen --- que opera a partir da Arábia Saudita há cerca de uma década --- afirmou que os Hutis "raptaram" os marinheiros.  

O número de mortos é o maior de qualquer ataque marítimo levado a cabo até hoje pelos Hutis, apoiados pelo Irão, na crucial rota comercial marítima por onde circula anualmente carga avaliada em 1 bilião de dólares.

Os rebeldes afirmam estar a atacar navios para apoiar os palestinianos na Faixa de Gaza na guerra entre Israel e o Hamas e, no total, afundaram quatro embarcações.

O ataque ao Eternity C ocorreu após o afundamento do graneleiro Magic Seas num ataque semelhante no fim de semana passado.  

Nem a força naval europeia nem forças dos Estados Unidos escoltavam os dois navios quando foram atacados.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou hoje os novos ataques dos rebeldes Hutis no mar Vermelho, avaliando tratar-se de uma perigosa escalada no conflito.

"O secretário-geral condena veementemente o retomar dos ataques Hutis contra embarcações civis que transitam pelo mar Vermelho, especialmente os ataques que ocorreram entre 06 e 08 de julho", afirmou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.

O secretário-geral pediu aos rebeldes do Iémen que não tomem qualquer ação que impeça as operações de busca e salvamento dos desaparecidos.

Para o líder dos rebeldes, o naufrágio dos dois navios é uma "lição clara" para as companhias marítimas que transportam mercadorias para Israel.

"O que aconteceu é uma lição clara para todas as empresas de transporte marítimo que operam ao serviço do inimigo israelita e que serão tratadas com este nível de firmeza", afirmou Abdulmalik al-Huthi, no discurso semanal transmitido pela televisão.

"Nenhuma empresa que transporte mercadorias para o inimigo israelita através da zona declarada de operações poderá continuar", acrescentou o líder dos rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irão.

Os ataques representaram uma escalada significativa nas operações navais dos Hutis e destacaram a crescente capacidade de perturbar a atividade marítima numa das vias navegáveis mais importantes do mundo.

Os Hutis integram o chamado "eixo de resistência" contra Israel, liderado pelo Irão, de que fazem parte outros grupos extremistas da região como o Hamas, a Jihad Islâmica palestiniana ou o libanês Hezbollah.

Os rebeldes iemenitas lançaram centenas de ataques contra Israel e a navegação comercial no mar Vermelho desde o início da guerra na Faixa de Gaza, a 07 de outubro de 2023, em solidariedade com o movimento islamita palestiniano Hamas.

Desde então, as forças Hutis lançaram também centenas de mísseis contra o território israelita. 

Durante o agravamento da situação militar entre Israel e o Irão, no mês passado, os Hutis interromperam os ataques que foram retomados pouco depois.

O grupo insistiu que vai continuar as ofensivas até que Israel termine a operação militar em Gaza.

Leia Também: Vinte e dois antigos embaixadores da UE pedem pressão sobre Israel

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