"Entrámos agora numa fase-chave, como se estivéssemos no último 'inning' de um jogo [de basebol]; pedimos um pouco mais de tempo, pois estamos empenhados em concluir as negociações antes do prazo", disse Cheng Li-chiun.
"Se ambas as partes chegarem a um consenso, poderemos definir uma tarifa", acrescentou a vice-primeira-ministra, num comunicado divulgado no sábado pelo Governo taiwanês.
Na terça-feira, Cheng e a principal representante de Taipé para as negociações comerciais, Yang Jen-ni, estiveram em Washington para uma terceira ronda de reuniões "sobre questões económicas e comerciais, incluindo tarifas recíprocas".
As dirigentes de Taiwan tiveram "discussões gerais" com o representante do Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, e o Secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick.
O excedente comercial de Taiwan com os EUA ascendeu a mais de 73 mil milhões de dólares (62,4 mil milhões de euros) em 2024.
"O lado taiwanês tem feito todos os esforços para explicar que este desequilíbrio se deve à elevada complementaridade entre as indústrias dos dois países", sublinhou Cheng Li-chiun.
"Taiwan continuará a procurar formas de promover um comércio mais equilibrado, resolvendo disputas comerciais anteriores, otimizando o sistema económico e comercial e, assim, criando uma base para uma parceria mais profunda no futuro", acrescentou a vice-primeira-ministra.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na segunda-feira, que adiará de 09 de julho para 01 de agosto o fim da trégua tarifária concedida aos parceiros comerciais.
No entanto, Trump enviou cartas a alguns dos parceiros, com as novas taxas, a menos que eliminem os seus impostos e barreiras comerciais, destacando o Japão e a Coreia do Sul, aos quais aplicaria taxas de 25%.
Cheng Li-chiun confirmou que Taiwan não tinha recebido qualquer notificação por parte dos Estados Unidos, mas sublinhou que, mesmo que isso aconteça, "não representará o resultado final das negociações".
"As negociações entre Taiwan e os EUA ainda estão em curso (...). Ambas as partes manifestaram a intenção de chegar a um acordo antes de 01 de agosto, data em que será definido o resultado final", afirmou Cheng.
Na terça-feira, o líder de Taiwan, William Lai Ching-te, expressou confiança de que negociações tarifárias com os Estados Unidos alcancem um "equilíbrio comercial" e sirvam para "fortalecer a cooperação bilateral" em tecnologia e segurança nacional.
Taipé já admitiu que teria dificuldades em crescer acima de 3% este ano se a negociação falhar e os EUA impuserem as tarifas previstas de 32%, principalmente sobre os semicondutores - principal trunfo de exportação da ilha.
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