Pelo menos 60 mil deslocados em onda de violência no sul da Síria

Pelo menos 60 mil pessoas foram deslocadas na recente onda de violência em Al-Sweida, no sul da Síria, sendo impossível uma estimativa imparcial do número de mortos, declararam hoje as agências da ONU.

síria bandeira

© Reuters

Lusa
18/07/2025 15:41 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Síria

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirmou que estes deslocamentos foram registados nos últimos três dias.

 

O ACNUR é a única organização internacional com presença direta naquela cidade síria, de maioria drusa, onde conta com 18 colaboradores, que tiveram de ser retirados da região devido à insegurança.

No entanto, a organização já tinha conseguido reafetar mantimentos de emergência e estava a trabalhar na criação de centros de abrigo coletivo para pessoas que tiveram de fugir da violência na área.

"A situação é alarmante. É difícil operar e a nossa capacidade é limitada, enquanto as necessidades são consideráveis, especialmente para a assistência médica. Temos 'stocks' e esperamos distribuí-los assim que a situação de segurança o permita", disse o porta-voz do ACNUR em Genebra, William Splinder.

A violência começou no domingo entre grupos armados drusos e tribos beduínas, mas quando o Governo interino em Damasco enviou forças militares, foi aberta uma frente adicional de confrontos.

Uma porta-voz do Gabinete de Direitos Humanos da ONU disse que conseguiram recolher informações em primeira mão de familiares de vítimas e testemunhas das atrocidades cometidas em Al-Sweida, de onde as pessoas continuam a fugir.

"Os confrontos continuam, muitas pessoas continuam a escapar, mas há muita desinformação a circular e precisamos de ter cuidado", disse a porta-voz, sublinhando que especialistas do Gabinete estão a analisar vários vídeos alegadamente da zona, nos quais é possível constatar uma série de violações dos direitos humanos.

Através de canais credíveis, esta agência recebeu relatos de abusos generalizados, incluindo execuções sumárias e assassínios arbitrários, raptos, destruição de propriedade privada e pilhagens de casas.

"Os alegados perpetradores incluem membros das forças de segurança e indivíduos afiliados das autoridades provisórias, bem como outros elementos armados na área, incluindo drusos e beduínos", afirmou.

As autoridades sírias negaram já que as tropas regulares estejam a preparar para um novo destacamento em Al-Sweida, na sequência de novos combates entre militantes drusos e beduínos apoiados pelas forças de segurança.

A organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) avançou que mais de 590 pessoas morreram desde o início dos confrontos na semana passada, entre milicianos drusos e beduínos apoiados por tribos árabes e forças de segurança.

A situação levou Israel a bombardear alvos de tropas governamentais em Sweida e até a sede do Ministério da Defesa sírio em Damasco, ameaçando adotar novas medidas para proteger membros da minoria drusa, que também vive em Israel.

As autoridades sírias que derrubaram o regime do ex-presidente Bashar al-Assad em dezembro, lideradas pelo grupo militante islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), prometeram estabilizar a situação.

Leia Também: Autoridades sírias negam novo destacamento para Sweida

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas