Diretora da rádio pública NPR demite-se após corte de fundos de Trump

A diretora da rádio pública norte-americana NPR anunciou hoje que no final do ano vai deixar a estação, alvo do executivo de Donald Trump, que a privou de financiamento alegando o seu pendor esquerdista.

Katherine Maher, presidente executiva da NPR

© Andrew Harnik/Getty Images

Lusa
22/07/2025 22:37 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Num e-mail enviado aos funcionários, citado pela AFP, a presidente executiva da NPR (National Public Radio), Katherine Maher, elogiou Edith Chaplin pela sua "força de carácter inabalável" e citou excertos de uma mensagem escrita pela diretora, na qual afirmava "querer fazer uma pausa", expressando "confiança na força e integridade da equipa editorial da NPR para o futuro".

 

Sob orientação do Presidente republicano, o Congresso aprovou na semana passada a eliminação de 1,1 mil milhões de dólares de financiamento já atribuído para os próximos dois anos à Corporation for Public Broadcasting (CPB).

Esta organização, criada em 1967 pelo então presidente Lyndon Johnson, financia uma parte minoritária dos orçamentos das estações públicas de rádio (NPR) e televisão (PBS), mas também cerca de 1.500 estações locais parceiras de rádio e televisão que transmitem parte dos seus conteúdos, de Nova Iorque ao Alasca.

Estes meios têm outros financiamentos privados e receitas de subscrições, mas algumas estão mais dependentes de fundos públicos.

No seu e-mail, Maher adianta que Edith Chaplin a informou duas semanas antes da votação no Congresso da sua intenção de abandonar a estação.

Enquanto diretora de notícias, Edith Chaplin teve de gerir uma crise interna nos últimos meses relacionada com a publicação de um artigo acusando a estação de ter um pendor esquerdista, o que supostamente fez perder a "confiança" de meios mais conservadores em relação ao seu trabalho.

Esta saída ocorre numa altura em que o governo procura cortar nas despesas na rede pública de radiodifusão dos Estados Unidos, incluindo as suas estações de rádio Voz da América, a Rádio Free Asia e a Rádio Free Europe/Rádio Liberty.  

A Câmara dos Representantes norte-americana aprovou no final da semana passada o pacote de cortes em ajuda externa e na radiodifusão pública, proposto pelo Presidente.

Com 216 votos a favor e 213 contra, a medida foi aprovada com o apoio da maioria republicana na Câmara de Representantes (câmara baixa do Congresso), com a exceção de Brian Fitzpatrick (Pensilvânia) e Michael Turner (Ohio).  

Na quinta-feira à noite, o Senado (câmara alta do Congresso) tinha aprovado este pacote de cortes orçamentais, por 51 votos a favor e 48 contra.

Os cortes na radiodifusão serão de 1,1 mil milhões de dólares (cerca de 949,3 milhões de euros, ao câmbio atual) que iam ser canalizados pela CBP para a estação pública de rádio NPR e o canal de televisão público PBS.

Trump saudou a aprovação da medida, que, considerou, corta o financiamento das "atrozes NPR e PBS, onde eram desperdiçados milhares de milhões de dólares a cada ano".

"Os republicanos tentaram fazer isto durante 40 anos e falharam (...) Mas não desta vez", escreveu Trump na sua rede Truth Social.

O Presidente pediu a rescisão ou o cancelamento de verbas já atribuídas pelo Congresso, que teve apenas 45 dias para aprovar ou rejeitar o pacote.

Se a Câmara de Representantes não tivesse tomado uma decisão nas datas acordadas, os fundos teriam sido atribuídos em conformidade com o planeado.

Durante o debate na Câmara, os republicanos defenderam que o financiamento agora cancelado é "um desperdício de dinheiro" desde o Governo do ex-presidente democrata Joe Biden.  

Entretanto, os democratas denunciaram este pacote de cortes como "extremamente prejudicial", criticando o Governo por cortar os impostos para os milionários, enquanto diminui a ajuda "para todos os outros".

Leia Também: "Vai-te f****!" Stephen Colbert responde a Trump após ser afastado da TV

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