O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelaty, apelou para salvar a solução de dois Estados e "evitar o veto de Israel" à criação de um Estado palestiniano independente, uma medida que conta com um amplo consenso internacional.
"Juntos, vamos salvar a solução de dois Estados, reconhecendo o Estado palestiniano e evitando o veto de uma das partes", disse Abdelaty, numa intervenção no primeiro dia da Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente, organizada pela França e pela Arábia Saudita.
Este apelo do Egito surgiu depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter anunciado que França vai reconhecer o Estado da Palestina, em setembro.
"Apelamos a todas as partes internacionais para que façam o mesmo", disse o chefe da diplomacia egípcio.
"A implementação deste plano ia contribuir para um fim rápido e eficaz da crise humanitária enfrentada pelo povo de Gaza depois de mais de 20 meses de agressão brutal", indicou.
Por seu lado, o chefe da diplomacia da Jordânia, Ayman Safadi, denunciou que a criação de um Estado palestiniano não pode ser negociada porque Israel "não está disposto a sentar-se à mesa e negociar uma solução de dois Estados".
"Não temos um parceiro israelita com quem negociar", salientou, numa intervenção na conferência. "Se todos concordamos que a solução de dois Estados é o caminho a seguir, e todos sabemos quem nos está a impedir de avançar, então é tempo de o mundo agir contra a parte, que é Israel, que está a impedir que a solução de dois Estados seja concretizada", afirmou o responsável jordano.
Safadi denunciou ainda que "a catástrofe em Gaza não pode continuar" e considerou "ser incompreensível" que a comunidade internacional esteja a "falhar em garantir que as crianças têm comida, água e acesso a medicamentos".
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