O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baghaei, reiterou que, tal como outros países, o Irão condenou o "genocídio cometido por Israel" na Faixa de Gaza e apelou para um cessar-fogo, sublinhando que Washington faz estas acusações para se esquivar de envolvimento "nos crimes na Palestina".
É por isso que as últimas acusações de Donald Trump são "absolutamente infundadas", disse Baghaei.
O porta-voz sublinhou que a posição do Hamas em defesa dos palestinianos é suficientemente forte para não necessitar da intervenção de terceiros nas negociações.
"Estas declarações são uma forma de iludir a responsabilidade dos Estados Unidos nos crimes cometidos pelo regime sionista contra o povo palestiniano", adiantou Baghaei, salientando que mais de 60.000 pessoas foram mortas por bombas e ataques israelitas desde 07 de outubro de 2023.
Baghaei salientou que Washington é responsável pelo cerco de Gaza, pela obstrução de Israel à distribuição de ajuda e pelas mortes causadas pela fome, enquanto os palestinianos continuam a cair nas "armadilhas mortais" de Israel.
O porta-voz instou as autoridades norte-americanas a deixarem de enviar armas para Israel e forçarem o Governo israelita a pôr fim ao "genocídio, permitir a entrega de ajuda humanitária e a distribuição honrosa" através de canais aprovados pela comunidade internacional e pelas organizações não-governamentais.
Na segunda-feira, Trump acusou Teerão de interferir nas negociações entre Israel e o Hamas, durante um encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na Escócia.
O Presidente norte-americano afirmou que o Irão alegadamente envolveu-se na negociação dando sinais e ordens ao movimento palestiniano.
O conflito em Gaza começou depois dos ataques liderados pelo grupo extremista Hamas a 07 de outubro de 2023, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e mais de duas centenas foram feitas reféns.
A retaliação de Israel já causou mais de 60.000 mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas em Gaza e a deslocação forçada de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrada de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 140 pessoas morreram de desnutrição e fome.
Leia Também: Teerão executa dois membros de movimento armado proscrito pelo regime