Trump não revelou quais eram as funções destas pessoas nem onde trabalhavam, e não foram divulgadas mais informações pela Casa Branca, cujo diretor de comunicação Steven Cheung afirmou recentemente que Epstein foi expulso "por ser um pervertido".
Epstein suicidou-se, segundo as autoridades, numa cela de prisão de Nova Iorque, em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual.
Em 2008, Epstein enfrentou acusações estaduais relacionadas com o abuso sexual de menores na Florida, mas chegou a um polémico acordo secreto com o Ministério Público que lhe permitiu declarar-se culpado de solicitação de prostituição e cumprir 13 meses de prisão.
A confirmação pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) e o Departamento de Justiça (DOJ), no início deste mês, de que não havia provas da existência de uma "lista de clientes" chantageados por Epstein, e que a morte do pedófilo numa prisão federal em 2019 resultou de suicídio, levou a uma crise entre os membros do movimento MAGA ("Make America Great Again", "Tornar a América Grande de Novo") de Donald Trump.
Sob pressão de segmentos conspiracionistas da sua base política para divulgar mais informações sobre o caso Epstein, criminoso sexual com quem manteve relações próximas durante décadas, Trump negou o conhecimento ou o envolvimento nos crimes de Epstein e disse que terminou a amizade há anos.
Hoje, na sua propriedade de golfe em Turnberry (Escócia) ao lado do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, Trump foi questionado sobre o fim da sua relação com Epstein, respondendo ser "uma história antiga, muito fácil de explicar".
Depois de dizer "não querer perder tempo" dos jornalistas a contar a história, adiantou que deixou de falar com Epstein depois de "ele ter feito algo inapropriado".
"Ele contratou funcionários e eu disse: 'Nunca mais faças isso'", contou Trump.
"Ele roubou pessoas que trabalhavam para mim. Eu disse: 'Nunca mais faças isso'. Ele voltou a fazê-lo, e eu expulsei-o do lugar, 'persona non grata'", adiantou.
"Expulsei-o e foi isso. Ainda bem que o fiz, se querem saber a verdade", acrescentou Trump.
Sob pressão dos seus apoiantes e de congressistas republicanos insatisfeitos com o que consideram ser falta de transparência sobre o caso, Trump instruiu recentemente a procuradora-geral Pam Bondi a pedir a divulgação pública das transcrições secretas do júri do caso.
Um juiz federal negou o pedido e um segundo juiz ainda não se pronunciou.
Trump voltou também hoje a negar ter contribuído para uma compilação de cartas e desenhos para assinalar o 50.º aniversário de Epstein, inicialmente noticiada pelo Wall Street Journal.
"Eu não faço desenhos de mulheres, isso posso garantir", disse Trump.
O WSJ divulgou há duas semanas uma carta com conteúdo "obsceno" que Trump terá enviado a Epstein nos tempos em que ambos mantinham uma amizade.
De acordo com o jornal, foi Ghislaine Maxwell, ex-parceira de Epstein, quem recolheu cartas de Trump e de outros parceiros de Epstein para as incluir num álbum como presente.
Trump processou o WSJ, a News Corp, grupo que inclui o jornal, e o seu proprietário, Rupert Murdoch, por divulgar a alegada carta a Epstein.
O jornal de referência da Newscorp declarou que vai "defender-se vigorosamente" contra o Presidente norte-americano, mantendo total confiança no rigor e exatidão das informações publicadas.
Posteriormente, o WSJ publicou que Trump fora informado em maio por funcionários do DOJ que o seu nome aparece "várias vezes" nos arquivos do caso contra o pedófilo Jeffrey Epstein.
Na "reunião informativa de rotina", onde este não era o tema central, Bondi e a sua equipa terão informado Trump de que os ficheiros continham o que consideravam "rumores não verificados sobre muitas pessoas, incluindo Trump, que tiveram contacto com Epstein no passado", refere o jornal.
De acordo com o WSJ, uma das fontes com conhecimento dos documentos afirmou que estes "incluem centenas de outros nomes".
Leia Também: Donald Trump revela: "Nunca tive esse privilégio de ir à ilha de Epstein"