A Tokyo Electric Power Company Holdings (Tepco) disse que vai precisar de 12 a 15 anos de preparação antes de iniciar a remoção em grande escala dos detritos de combustível derretido no reator três da central nuclear, no nordeste do Japão.
Essa preparação inclui a redução dos níveis de radiação e a construção das instalações necessárias dentro e ao redor do reator.
Pelo menos 880 toneladas de combustível nuclear derretido, altamente perigoso e misturado com partes quebradas de estruturas internas e outros detritos, continuam na central, dentro dos três reatores que entraram em fusão em Fukushima Daichii, na sequência do sismo de magnitude 9 e do tsunami em março de 2011, um dos piores acidentes nucleares da história.
Devido ao nível muito elevado de radiação, a remoção do combustível derretido e dos detritos constitui um dos principais desafios do longo processo de desmantelamento.
Em novembro, a Tepco conseguiu extrair, através de um braço telescópico especialmente concebido para a manobra, uma primeira amostra de 0,7 gramas de detritos, transferida para um laboratório perto de Tóquio. Uma segunda amostra foi recolhida, pelo mesmo método, em abril.
Estes testes de recuperação de pequenas amostras foram concretizados já com um atraso de três anos, tendo alguns especialistas estimado que o trabalho de desmantelamento pode levar mais de um século.
Mas a Tepco disse que planeia manter a meta atual de conclusão em 2051.
"Realisticamente, estamos cientes da dificuldade [de atingir a meta], mas não vamos desistir dela ainda, pois ainda não temos um cronograma de trabalho claro após o início da remoção em grande escala", disse o diretor de desativação da operadora, Akira Ono.
Ono indicou que a empresa pretende examinar os trabalhos preparatórios necessários nos outros dois reatores nos próximos dois anos, antes da recuperação em grande escala do combustível derretido.
Depois de pequenas missões com robôs para recolher amostras, os especialistas vão determinar um método em maior escala para remover o combustível derretido, a começar com o reator número três.
Três dos seis reatores da central de Fukushima entraram em fusão, na sequência do tsunami de 2011.
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