"Foi aprovado um mecanismo para retomar gradualmente e de forma controlada a entrada de mercadorias via setor privado em Gaza", afirmou em comunicado.
"O objetivo é aumentar o volume de ajuda que entra na Faixa de Gaza, reduzindo a dependência da recolha de ajuda por parte da ONU e de organizações internacionais", disse a mesma fonte.
Esta medida foi tomada na sequência de uma "decisão do Gabinete [do primeiro-ministro] de alargar a ajuda humanitária e após o trabalho preparatório realizado pelos serviços de segurança", adiantou.
Para "implementar este mecanismo, o sistema de segurança aprovou um número limitado de comerciantes locais, sujeito a diversos critérios e a uma rigorosa triagem de segurança", explicou o Cogat, acrescentando que o pagamento das mercadorias "será feito apenas por transferência bancária, sob controlo e supervisão".
"As mercadorias aprovadas incluem alimentos básicos, papas, frutas e legumes e artigos de higiene", enumerou.
Todos os bens vão passar por uma rigorosa triagem da Autoridade de Travessias Terrestres do Ministério da Defesa antes de entrarem na Faixa de Gaza, acrescentou.
O exército israelita, "através do Cogat e em colaboração com os serviços de segurança, vai continuar a implementar mecanismos para controlar e monitorizar a entrada de ajuda na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que toma todas as medidas possíveis para impedir o envolvimento da organização terrorista Hamas na entrega e distribuição de ajuda", concluiu o comunicado.
Desde o início da guerra, Israel cercou mais de dois milhões de palestinianos num território de 365 quilómetros quadrados, já sob bloqueio israelita há mais de 15 anos.
No final de maio, o país levantou o bloqueio humanitário total imposto no início de março, mas está a permitir a entrada apenas de quantidades muito limitadas, consideradas insuficientes pela ONU.
O território palestiniano, totalmente dependente de ajuda humanitária, está agora ameaçado por uma "fome generalizada", segundo as Nações Unidas.
De acordo com o Cogat, mais de 300 camiões de ajuda humanitária entraram em Gaza na segunda-feira, um número superior à média dos últimos dias, e "centenas de outros aguardam" para entrar.
Foram também lançados 120 cabazes alimentares por via aérea, em cooperação com os Emirados Árabes Unidos, a Jordânia, a Alemanha, o Canadá e a Bélgica.
O movimento islamita palestiniano Hamas, por sua vez, afirmou que "apenas 95 camiões de ajuda humanitária entraram em Gaza na segunda-feira, num contexto de agravamento da catástrofe humanitária".
"A maioria foi saqueada devido ao estado de caos na segurança deliberadamente criado pela ocupação israelita como parte da política sistemática de 'gerir o caos e a fome', com o objetivo de desmantelar a coesão social e minar a resiliência civil", acusou o Hamas.
As agências da ONU estimam que sejam necessários pelo menos 600 camiões de ajuda humanitária por dia para apoiar a população do território palestiniano.
[Notícia atualizada às 13h21]
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