O representante de Banguecoque, Nattaphon Narkphanit, chegou a Kuala Lumpur por volta das 09h00, hora local (01h00 TMG), num voo acompanhado por outros comandantes militares, segundo o portal de notícias The Reporters.
O ministro tailandês tem prevista uma visita de cortesia ao primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, antes de se reunir com o seu homólogo cambojano, Tea Seiha, que se encontra na Malásia desde quarta-feira.
Os exércitos da Tailândia e do Camboja mantiveram, entre 24 e 28 de julho último, fortes confrontos em vários pontos da fronteira de quase 820 quilómetros que partilham, com tiros, lançamento de projéteis e bombardeamentos.
As conversações no âmbito do Comité Geral de Fronteiras (CGF), um mecanismo bilateral destinado à manutenção da paz e segurança na zona fronteiriça, contam com a mediação da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a observação dos Estados Unidos e da China.
Desde segunda-feira, as equipas técnicas do CGF de ambos os países "alcançaram avanços positivos em pontos-chave", indicou esta quarta-feira na rede social Facebook o Ministério da Defesa do Camboja, sem acrescentar detalhes.
Espera-se que esses "pontos" sejam ratificados hoje pelos dois ministros da Defesa durante a reunião.
O encontro ocorre 10 dias após a entrada em vigor do cessar-fogo, que continua frágil, com denúncias diárias emitidas em Banguecoque e Phnom Penh sobre supostas ilegalidades cometidas reciprocamente.
"Esperamos que seja possível chegar a uma resolução definitiva, no mínimo, parar as atividades armadas e garantir que não ocorram mais violações nas zonas fronteiriças em disputa", disse na terça-feira o primeiro-ministro da Malásia, país que este ano detém a presidência rotativa da ASEAN.
Os confrontos deixaram dezenas de feridos e provocaram um êxodo temporário que, na Tailândia, tem vindo a diminuir para menos de 30.000 pessoas em abrigos, enquanto o Camboja ainda mantém cerca de 125.000 deslocados em abrigos temporários, de acordo com os números oficiais divulgados na quarta-feira.
Banguecoque e Phnom Penh, cuja fronteira foi cartografada pela França em 1907, quando o Camboja era sua colónia, arrastam uma disputa territorial histórica, que se intensificou em maio passado com a morte de um soldado cambojano num confronto entre os dois exércitos numa área reivindicada por ambas as partes.
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