Tarifas? Modi disposto a "pagar pessoalmente o preço" por defender Índia

O primeiro-ministro indiano admitiu hoje vir a "pagar pessoalmente o preço" da defesa dos agricultores do país face à decisão de Donald Trump de aumentar as sobretaxas aduaneiras sobre os produtos da Índia.

Narendra Modi, Eleições, Índia,

© Getty Images

Lusa
07/08/2025 12:07 ‧ há 11 horas por Lusa

Mundo

Tarifas

"Não vamos comprometer os interesses dos nossos agricultores, do nosso setor dos laticínios, dos nossos pescadores", afirmou Narendra Modi, num discurso proferido numa conferência em Nova Deli.

 

A declaração é vista como a primeira resposta pública de Modi à subida das tarifas aduaneiras decidida pelo Presidente dos Estados Unidos, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

"Sei que vou ter de pagar o preço pessoalmente, mas estou pronto", acrescentou, sem dar mais pormenores.

Washington anunciou na quarta-feira um aumento de 50% das sobretaxas aduaneiras sobre os produtos indianos importados, devido à compra de petróleo russo por Nova Deli.

A venda de petróleo é uma fonte de receitas fundamental para a Rússia, que enfrenta sanções ocidentais desde que iniciou a guerra contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Para Nova Deli, um dos principais pontos de discórdia é a exigência de Washington de acesso ao vasto mercado agrícola e de laticínios da Índia.

O Governo indiano está a tomar uma posição dura para defender o setor agrícola de mão-de-obra intensiva e para evitar perturbar os agricultores, um poderoso bloco eleitoral, segundo a AFP.

O executivo está também preocupado com a possibilidade de a importação de produtos lácteos poder ofender as sensibilidades culturais e religiosas da maioria hindu da Índia, que venera as vacas como animais sagrados.

A Índia recusou-se também a autorizar a importação de produtos geneticamente modificados.

Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial da Índia, com Nova Deli a exportar 87,4 mil milhões de dólares (75,2 mil milhões de euros, ao câmbio atual) de mercadorias para o país.

As negociações entre a Índia e os Estados Unidos sobre as tarifas de Trump começaram sob auspícios promissores.

Em fevereiro, Trump descreveu Modi como um "negociador muito mais duro" do que ele próprio e afirmou que existia uma "ligação especial" entre ambos.

As sucessivas administrações norte-americanas têm visto a Índia, a nação mais populosa do mundo e a quinta maior economia, como um parceiro fundamental com interesses comuns face ao poder da China.

A Índia e a China são dois países rivais que há muito tempo lutam pela influência estratégica no sul da Ásia.

Os meios de comunicação social indianos noticiaram a possibilidade de Modi visitar a China no final de agosto, o que aconteceria pela primeira vez desde 2018, mas a informação não foi confirmada por nenhuma fonte oficial.

Modi e o Presidente chinês, Xi Jinping, encontraram-se pela última vez na Rússia em outubro de 2024.

Leia Também: Nova Deli desafia pressão de Trump sobre a compra de petróleo à Rússia

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