Trump aceita reunir-se com Putin mesmo sem Zelensky

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que aceita reunir-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, mesmo que este não se encontre com o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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Lusa
07/08/2025 21:59 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

Questionado hoje pela imprensa se Putin precisaria de se reunir com Zelensky para garantir um encontro com o presidente norte-americano, Trump negou: "Não, não precisa".

 

Vários media norte-americanos, incluindo o New York Times, noticiaram na quarta-feira que Trump disse aos líderes europeus que queria reunir-se pessoalmente com Putin já na próxima semana e depois realizar uma reunião a três com Zelensky, em que teria o papel de mediador.

O Kremlin tem excluído um encontro entre Putin e Zelensky, que afirma fazer sentido apenas no final de um processo negocial, quando houver acordo em relação aos termos para a paz na Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

A reunião entre os dois líderes foi hoje confirmada por Washington e Moscovo, tendo o conselheiro presidencial russo Yuri Ushakov adiantado que deverá acontecer na próxima semana.

Um encontro Trump-Putin seria a primeira cimeira Estados Unidos-Rússia desde 2021, quando o ex-presidente Joe Biden se encontrou com o homólogo russo em Genebra.

Seria também um marco significativo nos esforços de Trump para pôr fim à guerra, embora não haja garantia de que interromperia os combates, uma vez que Moscovo e Kyiv continuam muito distantes nas suas condições para a paz.

Putin afirmou hoje que os Emirados Árabes Unidos são um possível local para o encontro com Trump sobre a guerra na Ucrânia.

O Kremlin já havia afastado a possibilidade de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participar no encontro.

"Propomos que, primeiro, nos foquemos na preparação de uma reunião bilateral com Trump. Consideramos extremamente importante que esta reunião seja bem-sucedida e produtiva", comentou hoje Ushakov.

O presidente russo reuniu-se na quarta-feira com um enviado de Trump, Steve Witkoff, quando se aproxima o prazo de sexta-feira estabelecido pelo líder da Casa Branca à Rússia no sentido de suspender a sua ofensiva na Ucrânia, sob ameaça de agravamento de sanções diretas e sanções secundárias a países que comprem hidrocarbonetos russos.

Questionado na Casa Branca, sobre se este prazo seria cumprido, Trump remeteu para Putin: "Vai depender dele. Vamos ver o que tem para dizer. Vai depender dele. Muito desapontado".

O presidente norte-americano abordou ainda a perda de vidas de russos e ucranianos e defendeu uma aceleração do processo: "Não gosto de longas esperas. Acho que é uma pena".

No início do seu segundo mandato presidencial, em janeiro passado, Trump mostrou-se conciliador com Putin, por quem há muito demonstra admiração, e chegou a repetir alguns dos seus pontos de vista sobre a guerra na Ucrânia.

Mas recentemente manifestou crescente exasperação com o líder russo, criticando-o pela sua postura inflexível em relação aos esforços de paz liderados pelos Estados Unidos, culminando com a ameaça de mais sanções.

Zelensky pediu hoje pelo seu lado aos líderes europeus que se envolvam nas negociações sobre a guerra na Ucrânia e insistiu que "é tempo de acabar com a guerra".

Ao mesmo tempo que mantém uma forte pressão militar sobre a Ucrânia, a Rússia exige o reconhecimento das quatro províncias ucranianas que ocupa parcialmente (Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijia), além da península anexada da Crimeia, e o abandono dos planos de reforço militar de Kyiv e da sua ambição de aderir à NATO.

Todas estas condições são rejeitadas pela Ucrânia, que insiste na soberania da totalidade do seu território.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

Leia Também: Futura reunião Trump-Putin? A cronologia passo a passo até chegar aqui

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