Uma equipa internacional de cientistas, na qual participam investigadores do Centro Andaluz de Biologia do Desenvolvimento e do Instituto de Ciências Marinhas da Andaluzia, de Espanha, resolveu um mistério dos séculos XVIII e XIX, noticia o 20 minutos.
O seu trabalho tem como protagonista a medusa Caravela Portuguesa, cuja investigação viria a concluir que se chama, afinal, de hidrozoo colonial. Descobriu-se, ademais, que não existe apenas uma, mas quatro espécie do mesmo animal.
Até agora, falava-se, apenas, na Physalia physalis, mas sabe-se que existem também as espécies cientificamente batizadas como Physalia utriculus, Physalia megalista e Physalia minuta.
Após sequenciar o genoma de 151 espécies e analisar 4.000 imagens partilhadas no iNaturalist - uma comunidade global de fotografias tiradas por naturalistas, cientistas e público em geral -, a equipa científica confirmou hipóteses taxonómicas que tinham sido descartadas nos séculos XVIII e XIX, quando investigadores da altura tinha "descrito com desenhos" três das espécies que agora foram classificadas.
Laura Prieto, responsável pelas investigações, revela ao 20 minutos que é a primeira vez que o estudo desta espécie se faz à escala global. Segundo a mesma, Physalia physalis, a única identificada ate hoje, a maior delas todas e a mais presente junto ao litoral do país vizinho.
As espécies Physalia utriculus e Physalia megalista já tinham sido avistadas e descritas no passado, embora só agora confirmadas. A estas três junta-se uma quarta espécia, a Physalia minuta, que se batizou assim por ser de tamanho mais reduzido.
Por onde anda e que cuidados ter com a Caravela Portuguesa
A Caravela Portuguesa é muito avistada na costa portuguesa influenciada por ventos e correntes de superfície, apresenta um flutuador em forma de "balão" de cor azul e, por vezes, tons lilás e rosa, com tentáculos que podem atingir mais de 30 metros de comprimento. Estes tentáculos pendentes têm como finalidade capturar peixes para a sua alimentação.
Recorde-se que as de Caravelas Portuguesas são capazes de provocar graves queimaduras na pele.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) sublinha que "é importante não tocar" nestes espécimes, "mesmo quando aparentam estar mortos na praia", como acontece muitas vezes com as medusas (alforrecas), que, apesar de uma aparência do género, não pertencem à mesma família.
O programa GelAvista, do IPMA, lembra os cuidados a ter em caso de contacto inadvertido com uma Caravela Portuguesa, como seja "limpar bem a zona afetada com água do mar e retirar quaisquer pedaços de tentáculos que possam ter ficado presos na pele, com uma pinça".
Quem for atingido poderá aplicar vinagre e compressas quentes e, evitar o uso de álcool e água doce, avisa o IPMA, alertando que "em caso de queimadura extensa, deve-se procurar um profissional de saúde".
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