O presidente dos Estados Unidos terá assinado, secretamente, uma diretiva para que o Pentágono comece a usar as forças militares contra certos cartéis de droga latino-americanos, considerados organizações terroristas pela administração de Trump.
A informação é avançada pelo The New York Times, que cita fontes anónimas próximas do assunto.
A ordem, alegadamente, fornece uma base oficial que permite operações militares dos Estados Unidos no mar e em solo estrangeiro contra estes cartéis. Os planos para a perseguição de pessoas envolvidas com estas organizações criminosas já estarão a ser pensados pelas forças militares norte-americanas.
Mas a ordem levanta questões, nomeadamente jurídicas. Por exemplo, se seria considerado homicídio a morte de uma pessoa - civil ou suspeito, que não representasse uma ameaça iminente - pelas mãos de militares norte-americanos durante um conflito armado autorizado pelo Congresso.
A questão parece ainda não ter sido resolvida pelos advogados da Casa Branca, pelo Pentágono ou pelo gabinete de assessoria jurídica do Departamento de Justiça.
Desde o início do seu segundo mandato, Donald Trump aumentou a pressão sobre os cartéis de droga. Quando regressou à Casa Branca, em janeiro, assinou uma ordem para que o Departamento de Estado passasse a considerar estes cartéis como organizações terroristas.
A mais recente adição à lista foi o cartel venezuelano “De los Soles” o qual, a administração Trump considera, tem como cabecilha o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Na quinta-feira, os departamentos de Estado e da Justiça anunciaram que o governo norte-americano vai duplicar a recompensa (para 50 milhões de dólares) por informações que possam levar à detenção de Maduro, indiciado por tráfico de droga.
Questionada sobre o assunto, a representante da Casa Branca Anna Kelly, respondeu, em e-mail, que "a prioridade do presidente Trump é proteger a pátria, e foi por isso que ele tomou a decisão arrojada de considerar diversos cartéis e gangues como organizações terroristas estrangeiras".
Já o Departamento de Defesa dos Estados Unidos recusou comentar a suposta nova diretiva assinada por Donald Trump.
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