De acordo com o negociador japonês do acordo tarifário com os Estados Unidos, Ryosei Akazawa, que se encontra nos Estados Unidos, Washington admitiu ter cometido um "erro" ao adicionar uma taxa de 15% às já existentes em certos produtos, não fixando a tarifa padrão de 15%, como se tinha comprometido com Tóquio e vinha a ser informado pelo governo japonês.
"É extremamente lamentável que tenha sido emitida e posta em vigor uma ordem presidencial que não cumpre o acordo entre o Japão e os Estados Unidos nos procedimentos administrativos internos dos EUA sobre as tarifas recíprocas", declarou Akazawa aos jornalistas da imprensa local que o acompanharam na deslocação esta semana a Washington, segundo a estação pública de televisão, NHK.
O negociador japonês disse que os Estados Unidos se comprometeram a alterar a ordem executiva que consagra o "erro", mas admitiu que não sabe exatamente quando ocorrerá essa alteração, uma vez que se trata de uma questão administrativa interna.
Akazawa sublinhou, no entanto, que entende que a alteração terá efeito retroativo sobre o que foi cobrado até o momento.
As declarações do negociador japonês, ministro para a Revitalização Económica no executivo de Tóquio, foram produzidas no final de três horas de conversações com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
"O ministro Akazawa confirmou mais uma vez o conteúdo do acordo sobre tarifas recíprocas e instou os EUA a tomarem medidas para corrigir a ordem executiva o mais rápido possível", anunciou o ministério japonês dos Negócios Estrangeiros através de um comunicado.
As tarifas específicas para cada país do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entraram em vigor à meia-noite de quinta-feira em Washington (13:00 de hoje no Japão), mas sem conceder às importações japonesas o tratamento favorável que Tóquio pensava ter obtido na conclusão das negociações há algumas semanas.
Washington concordou, em 22 de julho, em manter uma tarifa fixa de 15% para as importações de Tóquio, abaixo dos 25% com que havia ameaçado o país asiático e outras nações, e também inferior à taxa de 24% anunciada em 02 de abril, antes de suspendê-las para manter negociações com seus parceiros.
A Administração Trump também se comprometeu a reduzir as tarifas sobre a importação de automóveis dos atuais 27,5% para 15% para veículos e peças automóveis provenientes do Japão, em troca da promessa de Tóquio de realizar um investimento maciço nos EUA.
A data de aplicação dessa redução tarifária ainda não é clara.
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