Pelo menos 365 detidos em Londres em protesto de apoio à Palestine Action

Pelo menos 365 pessoas foram hoje detidas em Londres, numa manifestação de apoio à rede Palestine Action, proibida no Reino Unido desde o início de julho e classificada como "organização terrorista", anunciou a polícia na rede X.

Supporters of Palestine Action group protest in London

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Lusa
09/08/2025 19:59 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Reino Unido

"Até às 18h00 [mesma hora em Lisboa], 365 pessoas tinham sido detidas por apoiarem uma organização proibida. Foram feitas sete detenções por outros crimes, incluindo cinco por agressão a polícias. Felizmente, ninguém ficou gravemente ferido", relatou a Polícia Metropolitana.

 

Depois da proibição da Palestine Action, prevista na Lei Antiterrorismo de 2000, o apoio ou militância na organização é considerado crime, com penas máximas até 14 anos de prisão.

Os advogados da organização argumentam que a proibição representa "um abuso autoritário" de poder, segundo a rádio BBC.

O governo chefiado por Keir Starmer promoveu a proibição do grupo após um ataque a uma base aérea, no qual vários ativistas pintaram grafítis em aviões militares.

As autoridades calcularam os prejuízos em sete milhões de libras (8,1 milhões de euros).

O balanço de detidos na manifestação de hoje no centro de Londres foi subindo ao longo do dia, tendo as autoridades explicado que estavam a deter todos aqueles que erguiam o cartaz "Oponho-me ao genocídio, apoio a Palestine Action".

No local, os manifestantes exibiam outras palavras de ordem, como "Agir contra o genocídio não é crime" e "Palestina Livre", descreveu a agência France-Presse (AFP).

Numerosas bandeiras palestinianas eram visíveis na multidão, a curta distância dos carros da polícia, que alertou os manifestantes para as "potenciais consequências criminais" das suas ações, de acordo com a AFP.

Os detidos não ofereceram resistência e muitos exibiram um "V" de vitória com os dedos, sob os aplausos de outros manifestantes.

Após a proibição, o grupo Defend Our Juries anunciou manifestações de protesto, indicando que prevê promover novas ações em setembro.

"Continuaremos enquanto o governo tentar silenciar aqueles que denunciam a sua cumplicidade em crimes de guerra", declarou a organização em comunicado.

O governo britânico insiste que os seus apoiantes "desconhecem a verdadeira natureza" da Palestine Action.

"Não é uma organização não violenta", comentou a secretária do Interior, Yvette Cooper, acrescentando que tinha "informações perturbadoras" sobre os seus planos.

Mais de 200 apoiantes já tinham sido detidos antes da manifestação de hoje, de acordo com Tim Crosland, representante do Defend Our Jureis, e três pessoas foram acusadas ao abrigo da Lei Antiterrorismo na quinta-feira por expressarem apoio ao mà Palestine Action, um crime punível até seis meses de prisão.

A proibição é objeto de uma ação judicial interposta por Huda Ammori, cofundadora em 2020 deste grupo, que se apresentou como uma "rede de ação direta" com o objetivo de denunciar a "cumplicidade britânica" com o Estado de Israel, particularmente na venda de armas.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou em 29 de julho que Londres reconhecerá o Estado da Palestina em setembro, a menos que Israel assuma certos compromissos.

Starmer juntou-se também às numerosas vozes de líderes internacionais que se insurgiram na sexta-feira com o plano do governo israelita de ocupar a Cidade de Gaza e deslocar sua população, mantendo o propósito de eliminar o grupo islamita palestiniano Hamas e recuperar os reféns que conserva na sua posse.

"Esta ação não contribuirá em nada para pôr fim a este conflito nem para garantir a libertação dos reféns. Apenas provocará mais derramamento de sangue", advertiu o chefe do governo em comunicado.

Israel impôs um bloqueio ao território e impediu as organizações internacionais de distribuírem ajuda à população, que tem sido feita exclusivamente desde maio pela Fundação Humanitária de Gaza, uma organização obscura criada com apoio de Telavive e Washington.

Segundo as autoridades palestinianas, controladas pelo Hamas, mais de 200 pessoas morreram de fome ou subnutrição nas últimas semanas na Faixa de Gaza, das quais cerca de metade eram crianças.

O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 61 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

Leia Também: Pelo menos 150 detidos em protesto contra proibição da Palestine Action

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