A audiência dos canais de informação RTP3, CNN Portugal, SIC Notícias e Now "está dependente dos acontecimentos que ocorrem, não só em Portugal, mas também no resto do mundo", salienta a Universal McCann (UM), agência do grupo IPG Mediabrands.
Na análise à evolução das audiências desde 2021, "dos quatro canais de informação, a RTP3 é o canal que regista menor audiência, contudo é o canal que mantém uma audiência mais constante ao longo dos anos", conclui a UM.
Durante este período, a RTP3 registou a menor audiência no dia 22 de maio de 2021, quando a audiência média foi de cerca de 6.000 telespetadores, o que correspondeu a um 'share' de 0,3%.
Em sentido inverso, a maior foi registada em 18 de maio deste ano, quando a audiência média foi de cerca de 41.000 telespetadores, o que correspondeu a um 'share' de 1,6%.
A UM explica porque em maio a RTP3 registou o 'share' mais elevado desde 2021.
"Em 2025, o mês de maio foi quando a RTP3 atingiu o 'share' mais elevado (desde 2021), resultado da cobertura da eleição do novo Papa e do conflito entre Israel e o Irão".
Em 2024 o canal de informação público tinha registado dois picos: "um em fevereiro, com os debates para as eleições legislativas, e em outubro/novembro, com a discussão do Orçamento do Estado", destaca.
Um ano antes, em 2023, a cobertura das Jornadas da Juventude em Portugal "influenciou positivamente" as audiências do canal, acrescenta a UM.
Relativamente aos outros canais de informação, a Universal McCann aponta que "o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2023, provocou um pico de audiência na CNN Portugal e SIC Notícias" e que o canal Now "regista um crescimento constante da sua audiência desde o seu lançamento, em junho de 2024".
Durante a audição parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na sequência de um requerimento do PS, o ex-diretor de informação de televisão da RTP António José Teixeira disse que as razões da sua demissão foram a necessidade de renovação e reestruturação.
Sobre as audiências da RTP3, o responsável salientou, por várias vezes, que "os resultados não se alteraram nos últimos três anos".
Contudo, isso "não quer dizer que estejamos satisfeitos com eles", prosseguiu na altura, salientando que por essa razão estavam a ser feitos investimentos para a melhoria dos resultados e da oferta.
Num artigo de opinião no jornal Público, em 02 de julho, com o título "Em nome da verdade", o jornalista fala sobre a RTP3.
"Se a confiança, a qualidade e a independência não estão em causa, mesmo que todos os dias tenhamos de lutar por elas, parece estar apenas em causa a audiência de um só canal, a RTP3, que se diz continuar a afundar", disse, no artigo.
"É falso. E não é uma questão de opinião. É factual. No presente trimestre está acima do período homólogo de 2024. Em 2024, teve o mesmo 'share' de 2023. Em 2024, os nossos concorrentes diretos perderam audiência, ao contrário da RTP3. Em resumo, nestes últimos três anos não houve quebra de audiência na RTP3. O 'rating' de 2024 até foi superior ao de 2023", referiu António José Teixeira, que era diretor de informação da RTP há mais de cinco anos, tendo sido indigitado para o cargo em 07 de janeiro de 2020.
O jornalista foi informado da sua exoneração no dia 23 de junho.
Entretanto, o presidente da RTP, Nicolau Santos, tem defendido que é preciso fazer algo na RTP3.
Já em 18 de junho de 2024, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, defendeu a necessidade de refundar a RTP2, considerando que estava a perder terreno face à concorrência.
O objetivo é "uma refundação da RTP3", afirmou na altura o gestor.
No caso da RTP3, "temos um problema", porque "efetivamente estamos a concorrer com outros canais e estamos a perder", referiu, há mais de um ano, o gestor.
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