No final da reunião de Conselho de Ministros, António Leitão Amaro foi questionado se há ou não um princípio de acordo com o Chega em matérias como a lei da nacionalidade e sobre qual o partido com que espera aprovar a redução do IRC ou até o Orçamento do Estado para 2026.
"Este Governo, como o primeiro-ministro ainda ontem disse, é um Governo que leva a sério a atitude humilde de diálogo e abertura, em especial com os dois maiores partidos. Depois, a propósito de cada matéria, cada partido posicionar-se-á como desejar", disse.
O ministro defendeu que, na matérias das negociações do Governo com o Chega e o PS, "os factos já não sustentam as narrativas" que diz ouvir no espaço público.
"Não há, não há nenhuma relação privilegiada, não há nenhum 'só conversa com um para um lado, e não conversa para o outro, só ouve um e não ouve outro, só aprova coisas com um, não aprova coisas com o outro'", afirmou.
Leitão Amaro salientou que o diploma que cria uma Unidade de Estrangeiros e Fronteiras na PSP e a redução do IRS foram viabilizados pelo PS (através da abstenção) e que o Governo reuniu com este partido sobre todos os diplomas relativos à imigração, tendo até sido acolhidas algumas das suas preocupações, bem como sobre defesa ou ensino superior.
"Sobre a Lei da Nacionalidade pediu insistentemente que houvesse um adiamento e nós correspondemos", vincou.
Leitão Amaro acrescentou que a opção de privatização da TAP, com os limiares que tem (49,9% por cento), "acolhe preocupações dos dois maiores partidos da oposição, incluindo o Partido Socialista"
"Existe uma posição genuína de abertura ou diálogo, baseado no programa de Governo, e depois uma disponibilidade para discutir com cada um, em função da sua disponibilidade para discutir", disse, lamentando que alguns partidos se coloquem "totalmente de fora" de algumas discussões.
Já em relação ao PS, o ministro considerou haver "uma responsabilidade histórica" deste partido participar, quer no esforço de estabilidade política, quer no diálogo.
António Leitão Amaro aproveitou a fase das respostas aos jornalistas para saudar as decisões do Governo de descida de impostos, quer ao nível do IRS, já promulgado, quer do IRC, hoje aprovada em Conselho de Ministros e que ainda terá de ir ao parlamento.
"Eu noto, só com um bocadinho de humor, este ar dos tempos que se vive em Portugal de todos já perceberem que nós estamos num ciclo de redução de impostos: isto é um dos grandes triunfos de Luís Montenegro na política portuguesa. Desde que a AD é Governo, os portugueses, quando ouvem falar de impostos, é para ouvir que eles baixaram", disse.
[Notícia atualizada às 16h52]
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