ANTEM critica falta de formação para novas ambulâncias da margem sul

A Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) criticou hoje a anunciada afetação de duas ambulâncias para assegurar o transporte de grávidas na margem sul do Tejo, alertando que são meios sem formação especializada em obstetrícia.

Administrações regionais de saúde não pagam aos bombeiros desde agosto

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Lusa
18/07/2025 13:18 ‧ há 4 horas por Lusa

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ANTEM

Em comunicado, a ANTEM questiona qual a formação ministrada às equipas de bombeiros afetas a estas ambulâncias, de modo a garantir uma "resposta clínica adequada" em situações de maior gravidade.

 

Na quinta-feira, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) anunciou duas novas ambulâncias para reforçar a resposta das urgências obstétricas na margem sul do Tejo a partir de hoje, com o objetivo de garantir condições de segurança e rapidez na assistência às grávidas durante o verão.

Segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), as duas novas ambulâncias serão operadas por bombeiros das corporações da região e vão permitir minimizar eventuais impactos relacionados com a mobilidade das utentes.

Na nota hoje divulgada, a ANTEM diz que a formação atualmente ministrada a estas equipas é "manifestamente insuficiente" para responder a emergências obstétricas complexas, precisando de ser atualizada e aprofundada do ponto de vista técnico.

"Na prática, trata-se de uma solução temporária, reativa e logisticamente insuficiente para um problema que é estrutural, previsível e de natureza clínica complexa", considera.

A associação insiste que se trata de meios não dedicados exclusivamente à "emergência obstétrica diferenciada", mas sim "ambulâncias de socorro" convencionais, operadas por bombeiros cuja formação "não é especializada em obstetrícia ou cuidados avançados materno-fetais".

E acrescenta que, do ponto de vista técnico, esta medida "não cria um verdadeiro sistema de transporte inter-hospitalar de alto risco obstétrico", como seria exigido num contexto de encerramento rotativo de urgências hospitalares.

Em vez disso -- sublinha - "perpetua o modelo de resposta genérica, sem equipas multidisciplinares, nem protocolos diferenciados para transporte de grávidas em situações de risco".

Segundo explicou na quinta-feira a LBP, estes novos meios de socorro, que devem funcionar até 30 de setembro, vão ficar concentrados nos hospitais com urgências obstétricas encerradas na margem sul, que funcionam em regime de rotatividade entre os hospitais de Almada, Barreiro e Setúbal.

Recentemente, a ministra da Saúde anunciou que o Hospital Garcia de Orta, em Almada, vai ter a urgência de obstetrícia aberta 24 horas por dia a partir de setembro, com o reforço de médicos que estavam no privado e que vão passar a integrar o Serviço Nacional de Saúde.

Ana Paula Martins reconheceu que a Península de Setúbal é a "área mais crítica" na resposta de ginecologia e obstetrícia, admitindo que vai levar "algum tempo a conseguir estabilizar" os cuidados de saúde desta especialidade na região.

Uma das soluções poderá passar pela criação de urgências regionais, previstas no programa do Governo, que serão constituídas por equipas partilhadas entre hospitais, dando prioridade às "especialidades mais críticas" ao nível dos recursos humanos, como a obstetrícia e a pediatria.

Segundo a informação disponibilizada hoje de manhã no portal do Serviço Nacional de Saúde, as urgências de Obstetrícia e Ginecologia dos hospitais de Almada (Garcia de Orta) e Setúbal vão estar encerradas sábado e domingo.

Leia Também: Colisão entre ambulância do INEM e ligeiro faz 4 feridos graves em Salvaterra

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